Vivemos situações que nos calam, imponderáveis decisões que assaltam nossa capacidade de celebrar a vida... Há tempos marcados de gritos mudos, onde muros com isolante acústico comprimem nossas vontades gigantes num mundo pequeno, onde medos murados nos fazem cativos da pouca coragem, outrora sem cerca e atrevida.
Há dias em que o plano caminho traçado por nós, rabisca falácias no discurso dos pés pelados ou calçados de estrada e que as falésias pervertem o planejado, arrancando suspiros molhados dos mesmos olhos que desenharam o retilíneo sorriso.
Sim... aprendemos a sorrir e, quando a lágrima quer provocar erosão nas nossas encostas, furtando a geografia da gargalhada ou o discreto objeto de riso do canto dos lábios, tapamos um canto de olho pra estancar a chuva barulhenta em troca daquela que lava a face da vida sem consumir com as rugas... só lavando mesmo o silêncio, pra depois secar as palavras nelas encravadas, quando o bom vento soprar e fizer varal dos vincos estirados feito pontes nas nossas idades... porque somos todos cidades em busca de mapas, destinos e pousadas em que descansam abrigos...E que jamais mintam as intempéries, mas que também professem uma intempestiva calmaria, com a verdade brotada na nossa mania de provocar escavações, só pra provar que há embaixo das ruinas, motivos pra história contar nossos lugares.
Casciano Lopes
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