27.8.18

Vitrola não violada

Toca meus discos de ouvido
Dá o tom feito diapasão
Embala a memória feito tecido
Puído
Tine canção
Deita em meu chão
Escorre meu tempo doído
Calado moinho banido
Fala deitada no peito da mão
Renasce em sim cada não
Brota miúdo motivo esculpido
Cresce na sala de meu colorido
Envelhece com o vinho de minha estação
Pra eu sempre existir não motivo fortuito
Lembrado quem sabe num vinil aludido
E me tornar pano de partitura então.


Casciano Lopes  
Gratidão ao meu amor
Lindo presente do dia dos pais/2018

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Virgem te quero

Na palavra nua de medo
No toque silencioso dos deuses dedos
No olhar transparente das madrugadas
No ouvido musical das cordas novas

Ou gastas quem sabe sem desafinar
Ou serenos de quem sabe esperar olhar
Ou vividos nas palmas prontas e abertas
Ou cantada na boca casta de quem sabe
 

Amar...

Amar
Estado de virgindade
Da alma e da calma
Virgem que te quero amar.


Casciano Lopes 

Intempestiva calmaria

Se posso espalhar amor, porque falar de dor?
Se posso serenar, porque chover tempestade?


Casciano Lopes

Dor[mente]

A tua cama sabe mais de teus dilemas que tua mente ardente..
Não pelo que contas ao travesseiro nas madrugadas,
mas pelo que soluças enquanto dormes na calada noite.

Casciano Lopes

11.8.18

A palavra


Sem gentileza
Sem doçura
Sem leveza
É como um instrumento desafinado
Fere os ouvidos
E torna grosseira uma canção.

Casciano Lopes