O riso da moça no outro lado da rua
A avenida do outro lado da ponte e até a ponte
O menino e a bola lançando-se trave adentro
A calçada e o 'Carlitos' do muro pichado
O bêbado equilibrista e sua garrafa tonta
O horizonte com seu céu, nuvens e sol
Cabe a diferença e a semelhança
A dança, o palco e a bailarina
Estique o braço, mire a palma com olhos pequenos
Veja o que cabe nela e ao recolher seu olhar...
Aplauda.
Casciano Lopes
31.12.13
31 de dezembro
A terra se contorce em dor de parto
Escreve seus ais em versos
Declama os últimos gritos a parturiente
...Vem coroando a poesia da novidade.
Casciano Lopes
Escreve seus ais em versos
Declama os últimos gritos a parturiente
...Vem coroando a poesia da novidade.
Casciano Lopes
28.12.13
Bem comum
O verso deve atravessar o oceano e continuar doce
Precisa ser visto mesmo se subir ao cume
Sentido mesmo sob escombros
Fluente mesmo entre dilacerados
No partir dos anos deve se manter inteiro
Na tormenta dos ventos carece saber bailar
Nem propriedade e nem proprietário
Só verso andarilho
Livre.
Casciano Lopes
Precisa ser visto mesmo se subir ao cume
Sentido mesmo sob escombros
Fluente mesmo entre dilacerados
No partir dos anos deve se manter inteiro
Na tormenta dos ventos carece saber bailar
Nem propriedade e nem proprietário
Só verso andarilho
Livre.
Casciano Lopes
11.12.13
Desmantelo do engano
Quando descobrimos o caminho,
os becos apertados não se passam mais por estradas.
Casciano Lopes
Viga'dentro
Saiba que além das colunas da estrutura de tua carne
Existe tua força que deu liga ao cimento da construção
O que mantém teu edifício intacto, está do lado de dentro
Guardado com as maquetes, protegido por tuas asas.
Casciano Lopes
Existe tua força que deu liga ao cimento da construção
O que mantém teu edifício intacto, está do lado de dentro
Guardado com as maquetes, protegido por tuas asas.
Casciano Lopes
Árvore de natal
Na minha tem passarinhos, vários e multicoloridos
Tem partituras assoviadas de ouvido absoluto
Tem ruas inteiras de histórias, casos e contos
Tem anões gigantes e seus inversos em versos
Na minha tem mundos, seus ocos, rasos e profundos
Tem cidades fantasmas, até mesmo habitadas
Tem vidas de vários corpos, corpo de uma só
Tem calçadas que são estradas, becos que são saídas
Na minha tem Fadas, Duendes, Elfos e Silfos
Tem Mestres, Magos, Elementais e Elementos
Tem Ar que movimenta, Água que transforma
Tem Fogo que dissolve e Terra que transmuta
Na minha tem gente forte que conta tempo
Tem civilizações antigas que marcam o relógio
Tem Cosmos, Astros, a Natureza e sua paga
Tem a energia do Universo que não se acaba
Na minha tem homem e super homem
Tem deuses e semideuses, mitos e verdades
Tem reis e rainhas, súditos e vassalos
Tem eternos e mortais, velozes e os vagarosos
Na minha tem escudos, espadas de fino fio
Tem cores e um céu azul, águias e corujas
Tem cristais que refletem os Gnomos
Tem colibris e borboletas pousadas em bambus
Na minha tem luz e também a falsa sombra
Tem o Eu e seu Divino, a presença e a ausência
Tem a força da leveza e a densidade do obscuro
Tem a guerra que é eterna e a consciência dos lados
Na minha tem essências, frascos miúdos e poções
Tem cheiros que trazem som, violetas que deixam rastros
Tem lírios que trabalham e notas que transcendem
Tem jardins de alfazemas, lavandas e mil flores
Na minha tem o sopro que medita e a vista que inspira
Tem o sonho de certeza que faz perdida a dúvida
Tem a poesia que conta o livro e a chave mestra da neblina
Tem templos e sábios, mantras, símbolos e coluna ereta
Na minha tem as pontes que observam os abismos
Tem as pedras sentadas nas frias corredeiras
Tem muralhas, asas que planam em escape gélido
Tem amor, Ser e Seres, abrigados nas quentes mãos
Que em forma de prece aquece o timo e a cura da árvore.
Namastê
Casciano Lopes
Tem partituras assoviadas de ouvido absoluto
Tem ruas inteiras de histórias, casos e contos
Tem anões gigantes e seus inversos em versos
Na minha tem mundos, seus ocos, rasos e profundos
Tem cidades fantasmas, até mesmo habitadas
Tem vidas de vários corpos, corpo de uma só
Tem calçadas que são estradas, becos que são saídas
Na minha tem Fadas, Duendes, Elfos e Silfos
Tem Mestres, Magos, Elementais e Elementos
Tem Ar que movimenta, Água que transforma
Tem Fogo que dissolve e Terra que transmuta
Na minha tem gente forte que conta tempo
Tem civilizações antigas que marcam o relógio
Tem Cosmos, Astros, a Natureza e sua paga
Tem a energia do Universo que não se acaba
Na minha tem homem e super homem
Tem deuses e semideuses, mitos e verdades
Tem reis e rainhas, súditos e vassalos
Tem eternos e mortais, velozes e os vagarosos
Na minha tem escudos, espadas de fino fio
Tem cores e um céu azul, águias e corujas
Tem cristais que refletem os Gnomos
Tem colibris e borboletas pousadas em bambus
Na minha tem luz e também a falsa sombra
Tem o Eu e seu Divino, a presença e a ausência
Tem a força da leveza e a densidade do obscuro
Tem a guerra que é eterna e a consciência dos lados
Na minha tem essências, frascos miúdos e poções
Tem cheiros que trazem som, violetas que deixam rastros
Tem lírios que trabalham e notas que transcendem
Tem jardins de alfazemas, lavandas e mil flores
Na minha tem o sopro que medita e a vista que inspira
Tem o sonho de certeza que faz perdida a dúvida
Tem a poesia que conta o livro e a chave mestra da neblina
Tem templos e sábios, mantras, símbolos e coluna ereta
Na minha tem as pontes que observam os abismos
Tem as pedras sentadas nas frias corredeiras
Tem muralhas, asas que planam em escape gélido
Tem amor, Ser e Seres, abrigados nas quentes mãos
Que em forma de prece aquece o timo e a cura da árvore.
Namastê
Casciano Lopes
9.12.13
Vista face
As esquinas marcadas não são as expostas nos olhos
As ruas tortas não são as que as sobrancelhas revelam
As curvas acentuadas não estão mapeadas no rosto
As ladeiras sofríveis não estão descritas na moldura
E sim nas vielas sisudas de um coração acabrunhado
Onde cabe tudo, até uma cidade vazia.
Casciano Lopes
As ruas tortas não são as que as sobrancelhas revelam
As curvas acentuadas não estão mapeadas no rosto
As ladeiras sofríveis não estão descritas na moldura
E sim nas vielas sisudas de um coração acabrunhado
Onde cabe tudo, até uma cidade vazia.
Casciano Lopes
Palavras sepultadas
Há momentos de falar
Outros de calar
Ditos, benditos, malditos...
Anos em movimento... a palavra
De repente se cala em silêncios
...Por toda a vida o dizer
De quem dizia.
Casciano Lopes
Outros de calar
Ditos, benditos, malditos...
Anos em movimento... a palavra
De repente se cala em silêncios
...Por toda a vida o dizer
De quem dizia.
Casciano Lopes
5.12.13
Lacrimo
Quando cavucas minha face
e buscas aprofundares as bacias
sei que queres vida em teus leitos
queres fazer-te rios
quem sabe mares
Digo-vos que só te quero lágrima
para secar-te e descartar os lenços.
Casciano Lopes
e buscas aprofundares as bacias
sei que queres vida em teus leitos
queres fazer-te rios
quem sabe mares
Digo-vos que só te quero lágrima
para secar-te e descartar os lenços.
Casciano Lopes
3.12.13
29.11.13
Não são matas fechadas
O que mapeia nossas estradas
E que norteia a caminhada
São os arbustos voluntários das margens
Corados, desbotados ou empoeirados
Cumprem a missão de marco
Pontos de partida para quem chega
Pontos de parada para quem vai
Na margem está a direção, todo o tempo.
Casciano Lopes
E que norteia a caminhada
São os arbustos voluntários das margens
Corados, desbotados ou empoeirados
Cumprem a missão de marco
Pontos de partida para quem chega
Pontos de parada para quem vai
Na margem está a direção, todo o tempo.
Casciano Lopes
Nada de Brasília
Se a felicidade pode estar em qualquer esquina
Quero vida em vias de intersecção.
Casciano Lopes
Depois do querer
Te quero porque não aprendi desquerer
Te espero porque não posso só morar
E se amo tanto, inda mais amarei
Porque desamar é delonga
E sou de pressa como o amor
Que depressa se apodera de quem aflora.
Casciano Lopes
Te espero porque não posso só morar
E se amo tanto, inda mais amarei
Porque desamar é delonga
E sou de pressa como o amor
Que depressa se apodera de quem aflora.
Casciano Lopes
21.11.13
Talvez...
Talvez a vida reduza a marcha
e do fim seu emissário perca caminho
Talvez se alonguem os braços e seu mar
E a tempestade não faça de tudo descaminho.
Casciano Lopes
Poesia na estrada - II
Já escrevi pra Antonia, Rafaela e Raimunda
Pra Casemiro, João, Batista e José
Mas gosto mesmo é de escrever pra rua
Nela passam todos...
Próprios, comuns, substantivos e adjetivos
Também é na rua, na estrada como digo
Que moram os ninhos onde choco minhas letras.
Casciano Lopes
Pra Casemiro, João, Batista e José
Mas gosto mesmo é de escrever pra rua
Nela passam todos...
Próprios, comuns, substantivos e adjetivos
Também é na rua, na estrada como digo
Que moram os ninhos onde choco minhas letras.
Casciano Lopes
19.11.13
O que fora vendido
Chega puro
Cresce duro
Amadurece
Apodrecido
Envelhece
Parte velho
Empobrecido
Cada homem
Comprado.
Casciano Lopes
Cresce duro
Amadurece
Apodrecido
Envelhece
Parte velho
Empobrecido
Cada homem
Comprado.
Casciano Lopes
Procissão
A cobra imensa vai engolindo a multidão
Debatendo-se feito viva lacrimeja suor
Rastejando o corpo longo feito de chão
Vai o círio calado em busca de confessor
Cultuada peçonhenta serpente da servidão
Que junta no aperto calcanhares de sonhador
Serpenteando pedidos em meio a exaustão
Grita um Nazareno no afã de seu odor
Silêncio comungado em resmungada confusão
Entorpecente veneno que mata o descobridor
Despe enquanto cala cada homem histrião
Enquanto foge da morte pobre, o seu autor.
Casciano Lopes
Debatendo-se feito viva lacrimeja suor
Rastejando o corpo longo feito de chão
Vai o círio calado em busca de confessor
Cultuada peçonhenta serpente da servidão
Que junta no aperto calcanhares de sonhador
Serpenteando pedidos em meio a exaustão
Grita um Nazareno no afã de seu odor
Silêncio comungado em resmungada confusão
Entorpecente veneno que mata o descobridor
Despe enquanto cala cada homem histrião
Enquanto foge da morte pobre, o seu autor.
Casciano Lopes
Assinar:
Postagens (Atom)