Já passei por abismos quase sepulturas e estreitas pontes como que linhas puídas furtavam meu passo...
Sobrevivi para dizer que de fato o que não mata nos fortalece.
De tudo restou a graça de poder dizer que ainda é possível acreditar, de que quando tudo parece terminar ainda pode se recomeçar.
Aprendi que os amigos são mesmo os irmãos que o coração escolheu e que os dedos de minhas mãos contam os meus, antigos e presentes que ainda dão conta de meu hoje.
Aprendi que a família é um patrimônio caro e que nos ais ou no cais é ela que põe a mesa, que seca a lágrima, que guarda a calma em tempestade até que se acalme.
Aprendi que só existe um amor capaz de abrandar a vida da gente, uma vez só ele acontece e será o suficiente para justificar uma vida inteira, um amor em forma de gente que cuida e encorpa a alma da gente e que faz da estrada algo coerente. Subidas e descidas compartilhadas em par de asas, gêmeas que sabem fazer possibilidades de voos traçados e orientados na troca de olhar.
Alma é coisa do verbo amar... amor, uma conjugação de mar, do amar quase sem dor, do doer e sempre amar.
em que se comemora a morte do outro... é bandido em que se agride a vida do outro... é pecador em que se dilacera a história do outro... é imoral em que se perturba o silêncio do outro... é incômodo
Mundo em confusão numa agitação de mundos
sentimentos torpes de uma humanidade falida, perdida e desprovida de qualquer essência que cheire bem, que queira bem ou que traga nas veias a corrente do bem... do bem que um dia fomos e que trouxemos aqui para fazer.
Quem mede a dor da ansiedade? Da curiosidade que a porta de um consultório divide Quem mede? Da agonia que faz do acompanhante um paciente Da intranquila pulsação que faz arrítmico um coração Da falta de notícias que traz uma mente em corpo de boatos Quem mede? Quem faz dos céus um pequeno mundo e do chão um poço sem fundo? As horas que se esticam e os ponteiros que perdem a calma explicam: Que se do lado de dentro a vida briga com a morte Do lado de fora a paciência briga com a sorte E atrás de futuro... ...Segue ambulância Conclui-se que a vida precisa ser tomada Abrigada, acreditada Então, tudo entra no compasso O coração entra no passo O céu ganha espaço e o chão vira mundo bom.
No abraço cabe muito mais do que sou capaz de segurar cabe nele um braço de mar e todas as águas que puder me banhar cabem ondas, cais e todos os ais que não souber relevar ...No abraço da alma, eu sei que cabe.
Houve um tempo em que pensei ver meu livro nas vitrines das livrarias, depois pensei em contemplá-lo satisfeito nas estantes dos amigos, por fim acordei comigo que já seria suficiente tê-lo na minha estante, um pouco mais adiante imaginei que bastavam os leitores virtuais e que fossem muitos, aí me dei conta que uns poucos já justificariam a palavra e sua forma de dizê-la. A poesia é a única que quando se refere ao ontem fala de tempos, os meus, guardo-os todos, com cada importância, com cada ontem, embora hoje ainda busque o tempo da palavra no templo de um leitor.
Ela finge gravidez pra furar a fila Ele finge deficiência pra estacionar em vagas especiais Ela comemora e esconde o troco a maior do bilheteiro Ele comemora receber em duplicidade o pedido feito Ela mente a idade pra entrar nos locais fechados Ele mente pra conseguir benefícios do governo Ela burla o sistema de ensino pra conseguir gratuidade Ele burla as leis pra usurpar direitos de outros Ela usa espaços reservados para idosos Ele usa vagas e estaciona em locais proibidos Ela desrespeita quando finge dor pra pegar atestado Ele desrespeita quando dá a famosa 'carteirada' Ela abre e esconde embalagens no supermercado Ele esconde e abre em casa seus pequenos furtos Ela ignora o farol fechado e a faixa de pedestres Ele ignora seus pontos na habilitação e paga a fraude pra zerar Ela camufla seu veículo detonado na vistoria Ele camufla sua falta de conhecimento com 'cola' nas provas Ela frauda a lista de presença das aulas e o livro de ponto Ele frauda a seguradora e comemora o pecúlio Ela fica feliz quando é promovida na demissão do colega Ele fica nervoso quando isso não acontece com ele. ... Todos na passeata contra a corrupção por um país mais justo.