18.10.23

A 'envelhescência'

Nasce-se tenro, rasteiro e em broto.
Os plantios geram colheitas, desabrocham-se em fases... infância, pré-adolescência, adolescência, juventude e a maioridade das coisas, a complexidade dos assuntos e a perplexidade das temáticas da idade.
É caminhada em campo vasto, distâncias para serem percorridas em tempo curto; talvez devessem avisar os bebês para não terem tanta pressa de descer para o chão, mas plantados de ânsia, engatinhar vira primeiros passos de repente... Uma corrida.
Perde-se colo, a inocência e aquele soninho, que vira indolência na falta de hora da tarde adulta.
Envelhece-se...
Sem prévio aviso, encurta-se a vista junto com as pernas que já não pulam, a estrada é tão grande quanto a vontade de mastigar cada gosto que se deita nos pratos... Mas é a maturidade, onde nem sempre se pensa mais e fala menos, mas quando fala, é com conhecimento adquirido, aquele que obedece o calendário. A 'melhor idade', onde não se faz outra coisa, a não ser esperar.
Tem-se tudo da jovialidade, o apetite inclusive, só que sem os dentes... (Risos).
Porém, não se quer a morte. Não! Pretende-se a vida, afinal, há tanto pra rodar no mundo ainda, que mesmo se precisar de novo ensaiar passos, descobre-se um motivo bom pra envelhecer com anseio e rodopiar além da labirintite.

Casciano Lopes

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