4.2.24

Impermanência viajando

A gente vai embora...
Da primeira casa em que nasceu, da primeira escola, daquela rua dos amigos, daquele bar que conheceu, daquele escritório que parecia eterno, daquele parque no caminho de tudo... A gente vai embora.
Dos dias felizes, daquela semana cansada, das horas tristes, do sepultamento das pessoas incríveis, dos nascimentos, das viagens com seus portos e aeroportos, das rodoviárias e estações, dos anos velhos, dos novos, do mês passado, do que virá... A gente vai embora, vai passar, a gente vai.
Das agendas, das prioridades, dos retratos na estante, das lembranças e seus buquês, dos motivos, do endereço que mora e até dos corações das pessoas que quase eram casa... A gente vai, embora.
E porque a pressa é da vida, assim como a calma é da ida, a gente vai pras origens e caminha de volta pra casa o tempo todo, com a ilusão da permanência convivendo com o seu contrário pra não gostar demais de ficar, porque a gente vai embora.

Casciano Lopes

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