Surreal é o tempo ser marcado no teu suor
Contar as gotas para se acabar o gozo
É medir as horas por gemido
É colher o sémen em segundos
Enquanto cai no céu de tuas pernas
O inferno de meu cheiro deitado
É viver anos de sequidão
Em momentos de teus cabelos molhados
É podar teus pelos nos dentes
Para depois remendar
Para metrar as semanas futuras
E embebedar-me na tua saliva safada
Para não ver a noite passar
Para esquecer os ponteiros surreais
De um prazer sem relógios
Sem tempo de passar
Sem bússola de norte e sul
E por assim ser
Ficar em seu sul, como se o norte fosse.
Casciano Lopes
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12.8.11
O beijo
É quente como pão de forno caseiro
Passageiro como chega e vai
Eterno como certa é a morte
Começa no encontro e foge criminoso
Termina onde anda o deserto mordido
Anda perfumando o outro de vermelhidão
Entorta a visão dentro das bolsas cerradas
Saliva o gosto desconhecido e reconhece
Mancha a roupa se prolonga
Se principia, não tem fim... O beijo
Ardida necessidade
Acudida a hora em que acontece
Mira bem fazendo mirabolante a sensatez
Insensatos lábios
Avermelha o céu enlouquecendo os badalos
Enrouquecendo os sinos
Desafinando cordas e respiração.
O beijo.
Casciano Lopes
14.6.10
A ti
A quem posso dedicar toda a frieza de meu inverno
E toda a delicadeza de meu outono
Se não ao mestre de minhas temperaturas
Busco nas ancas de minhas palavras
Toda a silhueta da poesia
Toda a brasa dos verões vividos
Quentes como dois corpos nus.
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