29.5.22

Máxima crença

Creio na criança que corre na praia como se a areia brincasse com ela.
Creio na andorinha que protege seu ninho dando bicadas no cangote do falcão.
Creio na cama de palha que abriga o lavrador do milho antes que outro dia amanheça.
Creio na batalha que o amor enfrenta todo dia pra convencer o ódio de que não vale a pena a pena de escrever crueldade.
Creio na mãe que amamenta seu bebê sem garantias de que ele um dia entenderá do compartilhamento de pães.
Creio na profecia do sol quando ilumina os homens bons e maus e volta no dia seguinte, porque prometeu.
Creio na poesia que as pessoas que amam escrevem muitas vezes sem uma única palavra, apenas abraçando os que não ganharam um toque de amor de ninguém, nem dos que não criam...
Por isso creio.

Casciano Lopes

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