13.3.23

Numa vida passada

É pouco acreditar em apenas uma vida,
na finitude da essência
e na ausência da linha do tempo.
É muito pouco imaginar uma tempestade de verão
sem acreditar no abrigo de inverno,
experimentar o outono com suas quedas
sem pensar nos adornos da primavera.
Chega a ser triste
encontrar pessoas singulares em suas perspectivas
e não esperar reencontros,
onde almas se abracem na cumplicidade plural
de quem só vive porque se reconhece.
São só paredes demolidas com o tempo;
o corpo emprestado,
a mobília com sua decoração seguem viagem no tempo;
morando em outros templos de fazer tempo.

Casciano Lopes


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