Vivemos como eternos; só que não somos, passamos rápido demais. Cruzamos o bosque do mundo muitas vezes sem abismar as quaresmeiras, sem pescar as sombras dos ipês, sem namorar as amoreiras com beijos de suas amoras, sem abraçar jabuticabeiras, sem cheirar rosas e sem deitar com as margaridas.
Sem saber que cruzaremos o rio que tudo corta, vivemos suas margens com a canção que corre por ele, sem nos molhar, ou molhando só os pés, perdendo a oportunidade da parceria da composição.
Poucos se eternizam... o fazem quando plantam árvores no seu entorno, quando não só saboreiam o caminho, mas constroem passagens, jardins e descansos na água que canta. Raros ficam morando na travessia dos que cruzam e cruzarão o tempo; uns atravessam a ponte dos lados, outros se despedem aqui e depois partem, destes, diz-se que suas obras transcenderam a vida, viraram 'Miltons'.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário é muito bem vindo, após aprovação será publicado.