27.8.23

Hoje caí e sei pelo barulho que sobrevivi do meu lado de dentro, onde o ruído não pode ser mais que a neve que passa.

Das quedas todas, o que é, não se desfaz, não deixa de ser, não cai, e não pode cair, a integridade do objeto mesmo que aparentemente frágil.
Assim como a árvore não deixa de ser árvore quando desaba sobre ela a neve, a queda é um desafio, a paisagem muda, mas ela continuará no foco dos olhares e seus casacos de proteger a espera.
As quedas todas: de temperatura, da madrugada, da bolsa de valores, da luz quando a noite chega, da história e seu homem, do homem e seu corpo... Sem distinção, falará sobre ser e isso, por si só, manterá inteiro o que não pode se quebrar: o valor de levantar-se, de ser fotografia, de passar com registro de capacidade, pra então, ficar no texto que não só conta das nevascas, mas que prende os leitores quando chega o verão.

Casciano Lopes


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu comentário é muito bem vindo, após aprovação será publicado.