5.8.16

Sacro lar da palavra

Houve um tempo em que pensei ver meu livro nas vitrines das livrarias,
depois pensei em contemplá-lo satisfeito nas estantes dos amigos,
por fim acordei comigo que já seria suficiente tê-lo na minha estante,
um pouco mais adiante imaginei que bastavam os leitores virtuais e que fossem muitos,
aí me dei conta que uns poucos já justificariam a palavra e sua forma de dizê-la.
A poesia é a única que quando se refere ao ontem fala de tempos,
os meus, guardo-os todos,
com cada importância,
com cada ontem,
embora hoje ainda busque o tempo da palavra
no templo de um leitor.

Casciano Lopes