29.6.11

Tempo magoado

A árvore deitada ao chão
Conta nos galhos secos então
Que viu passar outrora
Na vizinha estrada sem hora
Um bando de animais ferozes
E muito menos velozes
Filhotes sobreviviam
Distintos coexistiam.
Desprenderam-se do bando outros
Que por teimosia, destino ou loucos
Decoraram caixotes com suas peles
Madames, em ombros de lebres
Conta que viu trepar em seu galho
Saguis, preguiças, quatis em chocalho
Que o fruto nascia farto
E que tinha nos ramos parto
De aves calmas
De raras palmas
Faziam-se sombras
Descansavam pombas
Que seu chão era rico
Antes do dia do fico
E que o verde enluarado abundava
Em amarelo ensolarado tudo dava
Quando caia a tarde
Antes que caia árvore.


Casciano Lopes




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