Lá no fundo daquela casa
De madeira envelhecida
De assoalho guarnecida
Deixada para trás em 79
Havia uma madeira alva
Um pedaço de floresta
Da vista só uma aresta
Deitada sobre um toco
Tinha nome de batedor
Ao lado tinha uma lata
De 20 litros queimada
Ao fundo era só pasto
Antes guardava a banha
Por seus gravetos apoiada
Em cinzas se via a danada
Com mania de chaminé
Eu pequeno me recordo
Das roupas ali cozidas
Com remendos e vencidas
Que ainda eram espancadas
Na tábua de bater roupas
O som produzia alarde
Isso era toda a tarde
Trazendo ritmo a cantiga
Que cantava a lavadeira
E a roupa de roça fervia
Que depois a grama vestia
De roupa simples batida
No terreirão ou no portão
Enquanto o sol quarava
Ao largo o sapo passava
Da casa eu pequeno assistia
O calor fazia a função
A roupa surrada farpada
No arame dependurada
Em anil secava na brisa
E a cerca de remendos então
Cumpria seu papel fadado
Protegia o menino, o gado
Minha mãe e a vida de fazenda.
Casciano Lopes
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