Há os que preferem simplificar tudo [segundo penso, complicar], passam a impressão de que a vida é manipulada em doses como numa receita. Até penso, que alguns a escrevam em seus caderninhos de cozinha, para não esquecerem o passo a passo.
Estes sabem tudo, via de regra são os donos da verdade.
Prefiro não seguir métodos e, muitas vezes, peso a mão no fermento, mas ainda assim, lido melhor com a massa desproporcionalmente crescida que com a diminuída.
Não compreendo 'o mais fácil', o provável, o certo, o direito, o tal caminho iluminado artificialmente, previamente...
A vida não é um bolo de laranja, daqueles que você bate tudo no liquidificador, inclusive com a casca e fica maravilhoso no final. Talvez por isso, tantos indivíduos sejam cheios de si, pensam que dominam a forma, a fórmula, a essência, a receita de seu bolo.
Compreendo 'o difícil', o improvável, o errado ou incerto, o cheio de aclives e declives... o tal caminho, que não raras vezes vira beco, ruela, íngreme chão, acidentado e povoado de feras e desconhecidos atalhos.
Quando observo os proprietários da massa diminuída, tenho vontade de repetir o que disse o querido Mario Cortella em 2007:
"Tu és um individuo entre outros 6 bilhões e 400 milhões [hoje, em 2013, 7.175.440.000] de indivíduos compondo uma unica espécie dentre outras 3 milhões de espécies já classificadas que vive em um planetinha que gira em torno de uma estrelinha que é uma entre outras 100 bilhões de estrelas compondo uma única galáxia entre outras 200 bilhões de galáxias num dos universos possíveis que de tanto se expandir um dia irá desaparecer...
Quem és tu?"
Casciano Lopes