27.3.17

Na maioridade do mar

Não sei se é a idade
Não sei se a necessidade
Se por cabimento ou falta dele
Já que o espaço é de pouco compartimento...

Que a gente entende que as promessas são líquidas
Que as palavras se perdem na segunda página do livro
E compreende que o amor que proclamam é condicional...
As pessoas não sabem nada da incondicionalidade do amor.

Muitos querem visitas e cortejos
... pouco visitam e pouco cortejam
...querem um apreço desmedido
E o preço é cobrar caro por cada 'não posso hoje'.

Esquecem-se de que o ditado diz que a distância é a mesma
Elaboram dentro de si normas das quais se excluem
Aprimoram seus indicadores e enferrujam os outros por desuso
Por descaso falam mais que ouvem e perdem-se nos excessos.

A distância entre duas pessoas não cabe em tabela e estatísticas
Não deve manchar história e sim limpá-la caso haja necessidade
A universalidade desconhece o 'Outro' e prega o 'Todos Um'
O amor que caminha por esse chão deve durar até que finde o livro.

Todos querem ser ouvidos... Ouvir, só se for o que precisam
Todos querem estender a mão... Só que para serem içados
Todos querem que fique bem... Para cumprir seus desejos
Todos querem que você não mude... Uma zona de conforto.

Depois de uma tormenta, você aguenta
Não mais a servidão dos compromissos
A auto-indelicadeza dos gentis 'eu vou'
E sim, sustenta o aprendizado
Reinventa um homem capaz
E descobre que o pouco ou quase nada
Era o tudo que faltava
Que o ontem não se repete
Assim como o amanhã não nos compete.

Somos feitos de hoje,
Nossa essência é repleta de 'agora'
Temos a nós mesmos
E isso é tanto que não tememos mais
Não saber nadar e ainda assim, não temer o mar
É coisa que as águas ensinaram e a certidão que cada dia nos envia
Diz... Você pode!

Casciano Lopes

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