8.1.22

Com cheiro de página

Quando eu leio a saudade é que me descubro biblioteca, divago nos meus corredores e me deslizo pelas prateleiras, como se buscasse uma fresta onde pudesse me arquivar e virar volume pra pesquisa.
Pois as memórias, que me causam páginas, me alfabetizam e me colocam na leitura de mim mesmo numa lembrança só. Não se pode abandonar o alfabeto aprendido e nem tão pouco deixar a brochura, impedir a letra de sua própria encadernação ou fugir da compilação que acontece a cada apertar ou afrouxar de mãos.
Saudade minha é livro se outro lê, mas é biblioteca quando eu preciso folhear seu escrito.

Casciano Lopes

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