22.4.14
Tenho em mim
Relâmpagos e trovoadas
Raios e nuvens pesadas
Ora chovo tempestade
Ora chuva mansa
Ora só garoa
...Nuvens claras
Ainda convivem sol e lua
Chão e estrelas
Uma noite toda noturna
E outra clara como o dia
No findo ter, da luz que não se acaba.
Casciano Lopes
Raios e nuvens pesadas
Ora chovo tempestade
Ora chuva mansa
Ora só garoa
...Nuvens claras
Ainda convivem sol e lua
Chão e estrelas
Uma noite toda noturna
E outra clara como o dia
No findo ter, da luz que não se acaba.
Casciano Lopes
Os mundos são rotas de fuga
Na quebra do vento
Me descubro curva
Na dobra da água
Me encontro esquina
Na descida da terra
Me vejo subideira
No ardume do fogo
A própria madeira.
Casciano Lopes
Me descubro curva
Na dobra da água
Me encontro esquina
Na descida da terra
Me vejo subideira
No ardume do fogo
A própria madeira.
Casciano Lopes
Desconcerto do equívoco
Para que serve a arrogância humana, cultivada pela ignorância, adubada pela hipocrisia e aguada pela demagogia?
Se todas as quatro serão sepultadas juntamente com o corpo vil, um corpo que não viu a solidariedade e desconheceu qualquer forma de amor?
Num além, pós-pó... restará um aquém do que não se pode remediar.
Casciano Lopes
Conceito
Você questiona a verdade das relações humanas
quando suas necessidades especiais
transformam-se nas dificuldades do outro.
Casciano Lopes
Um substantivo masculino
Amor é talvez despretensão
Germina do que não se precisa razão
É quem sabe casa no vento
Abriga até a velocidade do tempo
O amor tal qual a cegueira precisa crer
E nos tropeções ainda amar o decrescer
O amor precisa urgentemente amar
Quer ser visceral, imparcial se apresentar
Amor, forma singular de existir
Sem ele, o crime e o castigo é se reduzir.
Casciano Lopes
Germina do que não se precisa razão
É quem sabe casa no vento
Abriga até a velocidade do tempo
O amor tal qual a cegueira precisa crer
E nos tropeções ainda amar o decrescer
O amor precisa urgentemente amar
Quer ser visceral, imparcial se apresentar
Amor, forma singular de existir
Sem ele, o crime e o castigo é se reduzir.
Casciano Lopes
11.4.14
Raiz forte
Eu continuo por aqui
O tempo cozeu as raízes
Algumas ficaram doces, eram amargas
Doces outras, fortes tornaram-se
Moro na mesma casa de madeira
Com paineira no terreiro
e 'João de Barro' vizinho do poleiro
Vivo no mesmo banco do pé de amora
Cá dentro corre uma estrada de terra
E na boca ainda da fruta o gosto aflora.
Meu endereço não envelheceu
O carteiro me encontra, o leiteiro
Os que voam minhas lembranças
Traçam os mapas para o que se perdeu.
Casciano Lopes
O tempo cozeu as raízes
Algumas ficaram doces, eram amargas
Doces outras, fortes tornaram-se
Moro na mesma casa de madeira
Com paineira no terreiro
e 'João de Barro' vizinho do poleiro
Vivo no mesmo banco do pé de amora
Cá dentro corre uma estrada de terra
E na boca ainda da fruta o gosto aflora.
Meu endereço não envelheceu
O carteiro me encontra, o leiteiro
Os que voam minhas lembranças
Traçam os mapas para o que se perdeu.
Casciano Lopes
9.4.14
3.4.14
O poema cabe num ponto final
O poema fala de um instante
É um momento de poesia
A hora é dela quando acontece
...Da poesia
Ora uma alegria faz dispará-la
Ora a tristeza o faz
Ora desce sem motivos...
E o poeta neste instante
Não tem começo e nem fim
Há que ser respeitado o poema
Diz a poesia quando ponteia o poeta
Em um ponto final.
Casciano Lopes
É um momento de poesia
A hora é dela quando acontece
...Da poesia
Ora uma alegria faz dispará-la
Ora a tristeza o faz
Ora desce sem motivos...
E o poeta neste instante
Não tem começo e nem fim
Há que ser respeitado o poema
Diz a poesia quando ponteia o poeta
Em um ponto final.
Casciano Lopes
26.3.14
Assédio... um capital falido
Quiseram calar-me
Afugentar minhas capacidades
Quiseram bulir no que há de mais primitivo
Tolher minha liberdade de expressão
Quiseram o tempo todo...
Descontentar-me para submeter-me
Divergir para proibir meu pensamento
Desvirginar minha condição humana
Expondo minhas vergonhas
Envergonhando o caçado quinhão
Quiseram sim...
Omitir, mentir o merecimento
Desmentir, oprimindo o lutador
E pela palavra que aprendi
Bradei, bastei, rasguei acordos que não fiz
Hoje sou a caça e o caçador
Capaz de reprovar quem quiser se adonar
Sou a cartilha e quem a escreve
Um trabalhador.
Casciano Lopes
Afugentar minhas capacidades
Quiseram bulir no que há de mais primitivo
Tolher minha liberdade de expressão
Quiseram o tempo todo...
Descontentar-me para submeter-me
Divergir para proibir meu pensamento
Desvirginar minha condição humana
Expondo minhas vergonhas
Envergonhando o caçado quinhão
Quiseram sim...
Omitir, mentir o merecimento
Desmentir, oprimindo o lutador
E pela palavra que aprendi
Bradei, bastei, rasguei acordos que não fiz
Hoje sou a caça e o caçador
Capaz de reprovar quem quiser se adonar
Sou a cartilha e quem a escreve
Um trabalhador.
Casciano Lopes
Nas vias de meu silêncio, meu barulho
Quando as paredes silenciam
Ainda resta a rua...
Esta jamais nega uma árvore falante
Uma mulher que resmunga e um menino brincante
Há vida que corre nas calçadas junto aos pássaros
Enquanto bancos escutam sonhos que voam.
Casciano Lopes
Ainda resta a rua...
Esta jamais nega uma árvore falante
Uma mulher que resmunga e um menino brincante
Há vida que corre nas calçadas junto aos pássaros
Enquanto bancos escutam sonhos que voam.
Casciano Lopes
Linhas além
Todo dia construo janelas nas velhas paredes
Paredes gastas, sem mais linhas para tanta história
O mundo que vejo através de minhas vidraças
Possui linhas virgens, sobras de tempo esperando casos.
Casciano Lopes
Paredes gastas, sem mais linhas para tanta história
O mundo que vejo através de minhas vidraças
Possui linhas virgens, sobras de tempo esperando casos.
Casciano Lopes
Cabe quanto pesa
Se soubesse o quanto
Talvez em mim
A medida não caberia
O quanto, se perderia
E eu, continuasse sem saber.
Casciano Lopes
Talvez em mim
A medida não caberia
O quanto, se perderia
E eu, continuasse sem saber.
Casciano Lopes
Nada vejo... Nada ouço... Nada falo
Fugir, pode ser nada fazer
Imobilizar-se, também é fuga.
Casciano Lopes
Imobilizar-se, também é fuga.
Casciano Lopes
13.3.14
Quarto e cozinha
Até o aperto...
Dos corpos espremidos em vãos
Dos corredores estreitos de chão
Dos exprimidos anseios castigados
Dos inconsoláveis enfeites pendurados
...Não se sabe
Até...
Que as plantas reclamem da falta de sol
Que as portas se fechem em caracol
Que a rua desminta um endereço
Que a casa pressinta fim ou começo
...Não se sabe
Da liberdade, dizer
Da amizade, o que é
Da dor, o doer
Da tarde, um fim de fé
...Até
Conviver com seus cômodos
Vizinhos ou parentes incômodos
Rever ausências e suas reticências
Desalinhos virar caminhos de residência
Não se sabe...
Da força do quarto e cozinha de cada um.
Casciano Lopes
Dos corpos espremidos em vãos
Dos corredores estreitos de chão
Dos exprimidos anseios castigados
Dos inconsoláveis enfeites pendurados
...Não se sabe
Até...
Que as plantas reclamem da falta de sol
Que as portas se fechem em caracol
Que a rua desminta um endereço
Que a casa pressinta fim ou começo
...Não se sabe
Da liberdade, dizer
Da amizade, o que é
Da dor, o doer
Da tarde, um fim de fé
...Até
Conviver com seus cômodos
Vizinhos ou parentes incômodos
Rever ausências e suas reticências
Desalinhos virar caminhos de residência
Não se sabe...
Da força do quarto e cozinha de cada um.
Casciano Lopes
11.3.14
Pessoa de minha pessoa
Vou passar feito a feia da esquina
Ou a bonita da vitrine
Tornar-me obsoleta como notícia
Ou a capa mais vendida da banca
Esta pessoa passará, o manequim
...Até mesmo o jornaleiro
Passar, um verbo em plena execução
Comum às pessoas
Que não querem conjugá-lo.
Casciano Lopes
Ou a bonita da vitrine
Tornar-me obsoleta como notícia
Ou a capa mais vendida da banca
Esta pessoa passará, o manequim
...Até mesmo o jornaleiro
Passar, um verbo em plena execução
Comum às pessoas
Que não querem conjugá-lo.
Casciano Lopes
Assinar:
Postagens (Atom)