Vestiu com desinteresse
Seu terno azul
Com que desinteresse vestiu-se!
O corpo furtava-se do desejo
De vestir
De calçar
De ir...
Calçara o sapato preto
O que mais gostava
Portanto menos usava
Com que dificuldade
O vestiu...
Guardava-se como boneco
Para o desconhecido
Para o gelado caminho
Alinhado como para festa
Que não queria ir.
Empalideceu-se todo
Numa rigidez medrosa
Em prece nervosa
De destino vestido de azul
Para onde não queria ir.
Levaram-no obrigado
Deitaram-no incomodado
Fecharam-no numa caixa
E ainda jogaram terra
Por cima do desabrigado.
Agora desabrigado.
Casciano Lopes
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