13.7.13

Relógios

Carregamos no pulso, o colocamos em paredes
Os olhos estão sempre atentos aos digitais que o marcam
Relógios...
Não damos conta que este mesmo tempo marcado
Samba em nosso Eu, intrínseco e sem ponteiros
Que seu barulho compassa feito um surdo cada passo
Não percebemos que o avançar das horas e suas frações
Se dá com nosso próprio envelhecimento irremediável
E que a linha de chegada se posta cada vez mais distante
Enquanto se acredita que o tempo é algo que acontece lá fora
Talvez por isso acreditamos assim
Como se pudéssemos esticá-lo mais um tantinho
Quando nos colocamos dentro, agindo como os milésimos
Descobrimos que o passado é coisa de amanhã
Que o futuro é um dado presente e que o tempo é único
Uma descompassada falta de duração que faz sentido
Sem a obrigatoriedade de existir.

Casciano Lopes


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