23.3.18

O que não tem mão, nem nunca terá

No artificial do chão de asfalto
Uma tão plástica faixa de um intermitente amarelo
Divide os lados da rua ditando mão e contramão, ao alto

...Enquanto que no avesso da luz

Um vermelho vital de sangue cercado por fitas
Banha um homem de palidez numa rua sem cor
Num planeta sem sinalização que freie tanto horror

...Corações telados e zebrados de dor

De frieza estatelada a face do olhar
Na geleira das mãos que roubam o calor
Que cruza as avenidas para da vida brecar o pulsar

...São corantes que não tingem mais uma placa de amor.

Casciano Lopes

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