17.4.23

Orientado desorientado

Nesse plano terreno, há momentos tão duros que sentimos nossa própria ausência; como se cumpríssemos a travessia sem estar na embarcação.
São os valados da existência, onde tudo em volta vira altos montes e o caminho de tão pedregoso; exige dos pés um impulso impossível.
Quando o corpo se sente vencido e a espera perde a calma, quando as horas perdem o relógio de nosso pulso e o norte nos deixa decidir.
Momentos...
Em que dormimos para fugir e acordamos para buscar esconderijos para continuar dormindo; sonhando com o fim, pedindo o término e fugindo.
E é na completa falta de nós, de controle e poder de ação, que descobrimos que a navegação não teme as águas, não se assusta com a canoa pequena ou com o grande navio, ela teme muitas vezes é o marinheiro com seu senso de direção.
Por isso, algumas vezes somos desativados; e é testando destinos que se chega ao litoral, só porque perdemos a bússola.

Casciano Lopes


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu comentário é muito bem vindo, após aprovação será publicado.