Quem é essa pressa
Que atinge os dias?
Quem é a febre
Que deixa acamado os seus meninos?
De que é feita a carne
Que nasce feroz dos mesmos úteros calmos gerados as madres?
Quem é a cor marginalizada
Que bate e apanha para sobreviver?
O que corre nas linhas imaginárias
Que dividem os países que alguém imaginou?
Quem é essa guerra santa
Que trucida um olhar refugiado indefeso?
Quem manda que o pão nasça crescido além do rio
E que a massa seja diminuída sem qualquer fermento do lado contrário?
Na contramão de que sonho?
Que medo é esse
Que dorme e acorda falante aos nervos do que já não repousa?
Quem é essa dor
Que conduz os poemas dos poucos leitores?
O que manda
Que façam apaixonadamente o mal os que se elegem pelo bem?
Por que vivem calados os calvos e grisalhos nos balanços das varandas?
O que se perdeu na construção?
Será que foi nas reformas?
Nas demolições?
Quem é esse dia que me aflige?
- Socorro...
Gritou um aspirante a cidadão
Agora um expirante... expirou.
Casciano Lopes
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