12.8.11

Sul seu

Surreal é o tempo ser marcado no teu suor
Contar as gotas para se acabar o gozo
É medir as horas por gemido
É colher o sémen em segundos
Enquanto cai no céu de tuas pernas
O inferno de meu cheiro deitado
É viver anos de sequidão
Em momentos de teus cabelos molhados
É podar teus pelos nos dentes
Para depois remendar
Para metrar as semanas futuras
E embebedar-me na tua saliva safada
Para não ver a noite passar
Para esquecer os ponteiros surreais
De um prazer sem relógios
Sem tempo de passar
Sem bússola de norte e sul
E por assim ser
Ficar em seu sul, como se o norte fosse.


Casciano Lopes













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