Perdemos a alegria ao longo das obrigações. Tudo sério demais e nos colocamos dentro do que disseram ser legal: cumprir a meta. Um implante infeliz que nos dita por toda a vida como e quando falar, como e quando agir pra dar certo.
...e precisa dar! A meta.
Meta que não precisa ser alegre, que pra ser atingida precisa labuta, a escalada é bruta e parece que se você não luta, não merece alcançar e mesmo que tenha apanhado durante... Ah, estava fora da meta!
Justifica-se a tristeza e pronto.
Esquecemos de comemorar as pequenas conquistas do dia, nos furtamos da gargalhada com o que antes ríamos. Deixamos de vibrar com a paz, a nossa de espírito, só porque ela há muito foi trancada numa planilha de números. Deixamos de brindar o riso frouxo e fácil porque caiu em desuso, está fora de moda.
E vamos deixando sempre pras férias aquele arregaçar das cortinas, aquela ruga de risada, aquela camiseta larga e velhinha que só combina com caminhar descalço no quintal de chuva...
Sem percebermos,
o quintal seca quando a chuva passa, a traça corrói o que amarela em nossas gavetas, as cortinas pesam de poeira e as férias se e quando chegam, não trazem a ruga da risada; carimbam quase como uma agressão a da idade.
Casciano Lopes
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