Da minha poltrona de quarto, em meia-luz e em meio e por meio dela, avisto uma porta que me transporta.
Passo por ela com o olhar de pernas apressadas e como num passe de mágica, saio do "estar" para o "estive" em milésimos de segundos.
Revisito minhas horas de caminhada e tenho a impressão de que faço isso agora com mais encantamento que das outras vezes, parece-me que demoro o olhar, que abraço com mais sede minhas pessoas todas e que nos bancos em que estive, agora deixo escrito recadinhos: falas do que não disse.
Ah se não fossem as portas! Com esse dom de nos fazer passar como que por uma dobra de tempo. O que haveria de nós no haver de um quarto escuro?
Casciano Lopes
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