Um dia eu parei numa rua de silêncio,
Sentei-me no denso burburinho do tempo
E comecei a elucubrar umas contas de acerto.
Não demorou muito e a visão ficou turvada,
Apareceram umas imagens distantes
E quase apagadas, fez da vista embaralhada.
Foi no acerto de contas e em meio àquele chão
Que o imenso e não menos tenso ontem
Passou seus acordes, e em meus ouvidos buscou afinação.
Foi quando o tempo fugiu correndo, porque o dia vinha varrendo
Eu já não era mais sozinho e a rua fez-se caminho
E, ajustados os pensamentos, segui com a multidão.
Casciano Lopes
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