3.4.22

Sentir o sentido dos sentidos

Vamos nos aprontando no caminho.
Retocando cada vez, com mais destreza, o olhar, maquiando a saudade pra que ela não nos acorrente na palidez e admoestando a boca pequena, pra que ela não perca a cor das palavras, se optar pela grandeza.
E o coração, feito estojo de beleza, guarda a textura dos bilhetes, das idas e vindas... Lindezas não pesam e não atrasam o embarque.
Ah! Os dias tingirão de branco os fios de cabelo pra que saibamos que nunca estaremos prontos, não importam os retoques, nunca se vencerá o tempo! Nem súdito e nem realeza.
E está tudo bem... se pudermos manter a face sem aspereza e na cabeça, mais que uma certeza, uma moldura de quem soube conviver com o espelho do seu próprio camarim.

Casciano Lopes



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