13.9.22

Sentença silenciosa

Até quando correrão meninos
invisíveis pelas praças?
Até quando sentarão velhos
invisíveis em seus bancos?
Até quando gente de carne andará
invisível diante dos visíveis que não se importam?
Há uma lente capaz de registro
e que não dispensa corpos;
não escapam dela os vistos
e os sem visibilidade.
Como uma grande mãe que não tolera a omissão,
um dia ela adotará as praças
onde não caberão as imensas casas
com seus homens pequenos.

Casciano Lopes


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