16.3.24

Lembrar tem gosto

Sabores afetivos, delícias que me recordam... momentos, quem sou, por onde andei e quem amo e amarei; a saudade tem mesmo cheiro, gosto e nem precisa de distância pra se justificar, precisa de amor pra medir a importância.
Memórias.
Os patês, sucos e saladas do meu Bem, que são os melhores da vida... Aliás, tenho saudade daquela melhor caipirinha que fazia quando podíamos nos dar ao desfrute. A quiche da minha nora, a torta de frango da minha madrinha, o churrasco do meu irmão, a polenta de tábua da minha amiga mais antiga, a jabuticaba do pé da fazenda que nasci, coxinhas! Hum... Amo lugares selecionados que nasceram pra produzirem as melhores e que me tornaram um apreciador especialista; coxinhas... Suco de laranja e misto quente de algumas padarias, pingado e pão na chapa de outras, queijo quente... O requeijão de corte da minha infância, o pão caseiro da minha mãe, ah!... a comida da minha mãe, o tempero dela, a sopinha de bolacha maizena no leite ao menor sinal de gripe. Ela...
A saudade... Pessoas, sabores, cheiros que trazem abraços, conversas, olhares, risadas escandalosas, choro sentido, riso contido, músicas novas e antigas compondo trilhas, desenhando trechos da vida. Mesas de encontros, amores servidos, perfumes em apertos de pratos, mãos, corações e em laços de para sempre, ela... Saudade que atravessa.

Casciano Lopes

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