19.6.24

Em dois semestres

Amo maios, junhos, setembros, outubros e dezembros... janeiros me agoniam e nos demais meses tento me lembrar de virar as folhas do calendário e dar as costas ao passado que me faz um hoje, querendo sem ter, o amanhã.
Tudo é cheio de tempo, todo o meu templo de morar é cheio dele.
O ontem não pode mais me avaliar, já deixou em minhas paredes os seus diplomas e dele só posso ter a prática de suas teorias.
É entre teorias, teses e hipóteses, que procuro praticar a vida que comete um paradoxo - construir permanências dentro da impermanência - onde posso exercer o direito de me juntar aos dias e entre folhas escritas e brancas feito pálidas, escrever cabeçalhos e rodapés, com meu nome entre eles, fazendo a ponte entre quem fui no ano passado e quem ainda sou ou serei depois que a chuva passar. Serei?
A vida é um 'não sei' cheia de certezas.

Casciano Lopes

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