3.12.24

Por fim, que eu saiba ser etéreo

Que eu saiba calar
quando passar o vento.
Que eu saiba me despir
quando a chuva bater na porta.
Que eu saiba controlar a febre
quando for vizinho de um vulcão.
Que eu saiba nascer todo dia
e brotar se precisar de chão.
Que eu saiba ser forjado
sem perder o fio da lâmina.
Que eu saiba durar o necessário,
feito madeira que se empresta aos anos.
Amém.

Casciano Lopes

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