26.7.13
25.7.13
24.7.13
23.7.13
Propósito
O acaso,
se não é o laço de fita do vestido...
é o vestido, é a festa.
Debutante que aflora
sem descaso.
Casciano Lopes
se não é o laço de fita do vestido...
é o vestido, é a festa.
Debutante que aflora
sem descaso.
Casciano Lopes
Entre a orquídea e a tulipa
Definir poeta é um tanto complicado...
um jeito orquídea, tulipa de ser
quem sabe,
quem dirá?
Não, não diga!
Deixa permanecer
deixa estar
é uma forma de brotar,
não colha
deixa lá.
Casciano Lopes
um jeito orquídea, tulipa de ser
quem sabe,
quem dirá?
Não, não diga!
Deixa permanecer
deixa estar
é uma forma de brotar,
não colha
deixa lá.
Casciano Lopes
Casinha
Um dia quando tudo for calma e a pressa estiver vestida de verde,
é lá que vou morar...
entre a paciência e a vagareza.
Casciano Lopes.
22 de julho
A todos os poetas...
os que são meus amigos,
os que sou amigo de suas palavras,
um dia de mergulho na letra,
de descanso no amor da palavra
e do mais profundo sono
no sonho de dizer o mundo ao mundo.
Casciano Lopes.
Feliz dia
os que são meus amigos,
os que sou amigo de suas palavras,
um dia de mergulho na letra,
de descanso no amor da palavra
e do mais profundo sono
no sonho de dizer o mundo ao mundo.
Casciano Lopes.
Feliz dia
Identidade grisalha e castanha
Não pense que os castanhos claros
nunca se misturaram aos fios brancos
e jamais acredite que estes grisalhos
algum dia deixaram de esperançar os francos.
Saiba que cada qual faz assoalhos
Um para o outro são como alancos
Ora os cabelos são como galhos
E ora os olhos os banham em prantos.
Casciano Lopes
nunca se misturaram aos fios brancos
e jamais acredite que estes grisalhos
algum dia deixaram de esperançar os francos.
Saiba que cada qual faz assoalhos
Um para o outro são como alancos
Ora os cabelos são como galhos
E ora os olhos os banham em prantos.
Casciano Lopes
Beira de frio
Já gostei tanto de frio, e hoje nem sei!
Tudo reclama, até a brasa do fogareiro
Não sei se é a idade ou a frieza das paredes
Só mesmo a poesia pode dizer ao braseiro.
Casciano Lopes
Tudo reclama, até a brasa do fogareiro
Não sei se é a idade ou a frieza das paredes
Só mesmo a poesia pode dizer ao braseiro.
Casciano Lopes
Um inerte botão
Não menospreze um botão
na poesia ele vira mão, contramão
vira rosa, abotoa casaco pra vestir gente fria.
Casciano Lopes
18.7.13
Fido
Lido com meu dia
como quem lida com a roseira
que sempre linda e florida
hora ou outra me faz ferida
De manhã um pouco berlinda
só com prece de rezadeira
começa a tarde e se bota finda
a noite vem sempre bem vinda
Na cama do que vi da vida
enquanto sou lido nesta esteira
durmo legado ao que vem ainda
e a madrugada desce entrevinda.
Casciano Lopes
como quem lida com a roseira
que sempre linda e florida
hora ou outra me faz ferida
De manhã um pouco berlinda
só com prece de rezadeira
começa a tarde e se bota finda
a noite vem sempre bem vinda
Na cama do que vi da vida
enquanto sou lido nesta esteira
durmo legado ao que vem ainda
e a madrugada desce entrevinda.
Casciano Lopes
17.7.13
E por falar em dor
Ainda prefiro a cruel dor de ser apontado
que a delicada dor da invisibilidade.
Casciano Lopes
Veja bem
Quando o pasto resseca:
o ribeirão secou
ou a mão do dono abandonou?
Em ambos os casos cabe a pergunta,
quem é o dono?
Seria o do gado que envenenou
ou quem a missão abortou?
Quem?
E o gado, morreu ou se vingou?
Casciano Lopes
o ribeirão secou
ou a mão do dono abandonou?
Em ambos os casos cabe a pergunta,
quem é o dono?
Seria o do gado que envenenou
ou quem a missão abortou?
Quem?
E o gado, morreu ou se vingou?
Casciano Lopes
Consulta com Xamã
Se a criança
não chora,
não pede,
não reclama,
não grita,
não brinca,
não pula
e nem se machuca...
A culpa é sua!
Depois não entende
e fica a reclamar!
Não falo da criança do vizinho,
falo da sua que você deixou crescer
ou a deixou dormir e esqueceu de acordar
... a que mora dentro de você 'grande homem'.
Casciano Lopes
não chora,
não pede,
não reclama,
não grita,
não brinca,
não pula
e nem se machuca...
A culpa é sua!
Depois não entende
e fica a reclamar!
Não falo da criança do vizinho,
falo da sua que você deixou crescer
ou a deixou dormir e esqueceu de acordar
... a que mora dentro de você 'grande homem'.
Casciano Lopes
E ela não dorme
Gosto da poesia porque ela me permite conversar com a rua.
Eu e a árvore discutimos de igual pra igual sobre filosofia
presunção minha... ela entende muito melhor que eu do assunto.
De tempos em tempos faço viagens à Júpiter, Plutão e trago notícias.
Busco o sol aqui pra casa e tem horas que tenho que expulsá-lo
pra que possa chegar a lua, então nos deitamos no chão da sala,
falamos sobre tudo, até quando os olhos adormecem de cansaço
deixando falar sozinha, a poesia.
Casciano Lopes
Eu e a árvore discutimos de igual pra igual sobre filosofia
presunção minha... ela entende muito melhor que eu do assunto.
De tempos em tempos faço viagens à Júpiter, Plutão e trago notícias.
Busco o sol aqui pra casa e tem horas que tenho que expulsá-lo
pra que possa chegar a lua, então nos deitamos no chão da sala,
falamos sobre tudo, até quando os olhos adormecem de cansaço
deixando falar sozinha, a poesia.
Casciano Lopes
Poema operário
O poema tem que desconstruir
É inútil sem fazê-lo
Mesmo quando há uma identificação
Precisa provocar quebra
Para uma nova construção
E ainda deve ser capaz
De a cada leitura provocar demolição.
Casciano Lopes
16.7.13
Assim falava
'sturdia, eu vinha prosiando pela colonha,
tinha um soli tão bunito no fim do pasto
e pensei, ora pois! Se não é lindo vê
o trabaiá di Deus...'
Assim falava minha avó índia,
saudade desses versos.
Casciano Lopes
tinha um soli tão bunito no fim do pasto
e pensei, ora pois! Se não é lindo vê
o trabaiá di Deus...'
Assim falava minha avó índia,
saudade desses versos.
Casciano Lopes
Beira de estrada
Na algibeira
tem jornada
tem rezadeira
paz lavrada
tem peneira
tem pancada
até ladeira
na tal passada
tem bebedeira
tem jangada
faz cachoeira
na enseada
tem lareira
tem passarada
uma chaleira
olha invernada
fé é carteira
luta é pousada
na algibeira
do camarada.
Casciano Lopes
tem jornada
tem rezadeira
paz lavrada
tem peneira
tem pancada
até ladeira
na tal passada
tem bebedeira
tem jangada
faz cachoeira
na enseada
tem lareira
tem passarada
uma chaleira
olha invernada
fé é carteira
luta é pousada
na algibeira
do camarada.
Casciano Lopes
15.7.13
Perdendo-se
As vezes enquanto morremos de sede
Um rio banha o fundo de nossa casa
Onde se esbaldam todos os passantes.
Enquanto isso estamos tentando desenferrujar
Nossas latas dentro da sequidão de nós mesmos.
Casciano Lopes
Um rio banha o fundo de nossa casa
Onde se esbaldam todos os passantes.
Enquanto isso estamos tentando desenferrujar
Nossas latas dentro da sequidão de nós mesmos.
Casciano Lopes
Se me perguntarem...
Se perguntarem...
De que sou feito ou do que gosto, digo:
gosto de bicho
de gente
de bicho que é gente
não de gente que é bicho
de cantoria
de passarinho
pontes
rios
trens
olhos
risos
abraço forte
beijo
poesia
bambus
borboletas
orquídeas
tulipas
violetas
plantas
pares
papo
prosa
verso
chocolate
cafézinho
cores
luzes
cheiros
mato verde
pomares
antiguidades
sinos
relógios
tempo
fotografia
partituras
velas
fogo
água
ar
terra
chuva
montanhas
pedras
estradas
escadas
lendas
fábulas
brinquedos
estações
chegadas
não partidas
gosto de papel em branco
de cartas
de papel de presente
de pensamentos
de argumentos
de sol e lua
de pessoas claras
de estrelas
galáxias
universo...
É disso que gosto.
E de tudo isso sou feito.
Gosto de inteiros.
Casciano Lopes
De que sou feito ou do que gosto, digo:
gosto de bicho
de gente
de bicho que é gente
não de gente que é bicho
de cantoria
de passarinho
pontes
rios
trens
olhos
risos
abraço forte
beijo
poesia
bambus
borboletas
orquídeas
tulipas
violetas
plantas
pares
papo
prosa
verso
chocolate
cafézinho
cores
luzes
cheiros
mato verde
pomares
antiguidades
sinos
relógios
tempo
fotografia
partituras
velas
fogo
água
ar
terra
chuva
montanhas
pedras
estradas
escadas
lendas
fábulas
brinquedos
estações
chegadas
não partidas
gosto de papel em branco
de cartas
de papel de presente
de pensamentos
de argumentos
de sol e lua
de pessoas claras
de estrelas
galáxias
universo...
É disso que gosto.
E de tudo isso sou feito.
Gosto de inteiros.
Casciano Lopes
14.7.13
Árvores, cores, caneca e passarinho
A caneca feita de passarinhos,
de transportar chocolate ou chá quente,
bichinhos de anis e vernizes,
de tons pastéis e penachos
colore e aquece o frio da gente.
De onde nascem as cores e raízes,
plantadas morro abaixo,
afinadas morro acima,
na caneca enfileiradas,
apontadas como os bicos.
Vem vestidas de madeiras,
coloridas como em mata,
quem sabe de cerejeira,
onde outrora melindrosas,
abrigaram-se empoleiradas,
em seus galhos de pousar,
em suas terras de plantar,
ou na caneca de guardar
o que o olho enxergar.
Casciano Lopes
de transportar chocolate ou chá quente,
bichinhos de anis e vernizes,
de tons pastéis e penachos
colore e aquece o frio da gente.
De onde nascem as cores e raízes,
plantadas morro abaixo,
afinadas morro acima,
na caneca enfileiradas,
apontadas como os bicos.
Vem vestidas de madeiras,
coloridas como em mata,
quem sabe de cerejeira,
onde outrora melindrosas,
abrigaram-se empoleiradas,
em seus galhos de pousar,
em suas terras de plantar,
ou na caneca de guardar
o que o olho enxergar.
Casciano Lopes
13.7.13
Ser intacto
A menina atravessa a rua
Como quem não tem pressa
Segura firme a mão adulta
Que como quem tem pressa
Corre. Grita, corre!
Foge dos carros sem pressa
Conduzidos pelos cheios dela
As faixas estáticas todas brancas
Desenham o retinto corredor
Que em segundos recebem reflexos
Amarelos, verdes, vermelhos...
Cronometrados:
Atenção, passe, pare
A menina que desconhece a gastura
Chega intacta do outro lado
E sem entender urgências
Saltita pela calçada até o próximo farol.
Casciano Lopes
Relógios
Carregamos no pulso, o colocamos em paredes
Os olhos estão sempre atentos aos digitais que o marcam
Relógios...
Não damos conta que este mesmo tempo marcado
Samba em nosso Eu, intrínseco e sem ponteiros
Que seu barulho compassa feito um surdo cada passo
Não percebemos que o avançar das horas e suas frações
Se dá com nosso próprio envelhecimento irremediável
E que a linha de chegada se posta cada vez mais distante
Enquanto se acredita que o tempo é algo que acontece lá fora
Talvez por isso acreditamos assim
Como se pudéssemos esticá-lo mais um tantinho
Quando nos colocamos dentro, agindo como os milésimos
Descobrimos que o passado é coisa de amanhã
Que o futuro é um dado presente e que o tempo é único
Uma descompassada falta de duração que faz sentido
Sem a obrigatoriedade de existir.
Casciano Lopes
Os olhos estão sempre atentos aos digitais que o marcam
Relógios...
Não damos conta que este mesmo tempo marcado
Samba em nosso Eu, intrínseco e sem ponteiros
Que seu barulho compassa feito um surdo cada passo
Não percebemos que o avançar das horas e suas frações
Se dá com nosso próprio envelhecimento irremediável
E que a linha de chegada se posta cada vez mais distante
Enquanto se acredita que o tempo é algo que acontece lá fora
Talvez por isso acreditamos assim
Como se pudéssemos esticá-lo mais um tantinho
Quando nos colocamos dentro, agindo como os milésimos
Descobrimos que o passado é coisa de amanhã
Que o futuro é um dado presente e que o tempo é único
Uma descompassada falta de duração que faz sentido
Sem a obrigatoriedade de existir.
Casciano Lopes
11.7.13
10.7.13
9.7.13
Desapropriado
Meu leite é igual o teu
A fome de meu bebê
Não é diferente da do teu
Casciano Lopes.
A fome de meu bebê
Não é diferente da do teu
Quando você chegou
Te recebi como boa anfitriã
Hoje
Tudo se inverteu
Jã não sou bem vinda
No chão que era meu.
Casciano Lopes.
Elementais
Somos da terra
A terra é nossa
Sofremos as intempéries
Juntos
Brotamos
Choramos água
Da abundância ou escassez
Nos ventam céus
Nos voam rapinas
Na interdependência
Nos emprestamos verdes
Nos embebedamos do mesmo solo
Se morremos?
Sim...
Os finitos se guardam
Os infinitos...
Se não morrem escondem a morte
Pra que vivam outros cúmplices.
Casciano Lopes.
A terra é nossa
Sofremos as intempéries
Juntos
Brotamos
Choramos água
Da abundância ou escassez
Nos ventam céus
Nos voam rapinas
Na interdependência
Nos emprestamos verdes
Nos embebedamos do mesmo solo
Se morremos?
Sim...
Os finitos se guardam
Os infinitos...
Se não morrem escondem a morte
Pra que vivam outros cúmplices.
Casciano Lopes.
Longe de casa
Enquanto o homem achar que entre ele e uma árvore, ele tem prioridade... ainda estará perdido e longe do caminho de casa.
Casciano Lopes
Holístico
É importante que em cada olhar lançado para a parte,
tenhamos a concepção do todo.
Não é porque nosso jardim está verde,
que a sequidão da destruição não exista.
Casciano Lopes.
A essência nua
O homem mais poderoso do mundo
Nunca conheceu a vergonha
Tem os mundos como casa
Banha os rios e estes o banham
Funde-se à Natureza confundindo-se em cores
Sua nudez tem a beleza do chão da terra
Os céus o encobrem de estrelas
E os astros brincam em seus quintais.
Casciano Lopes.
Não me critique por isso
Minha religião, não existe aqui na fisicalidade, não mais! Não é avarenta, mesquinha, preconceituosa, materialista, acusadora, carcerária, impositiva, fundamentalista, teocrática, idólatra, mentirosa, lendária, ególatra, não é! Não mora em paredes, não se reúne em máfias, não carrega rótulos, não empobrece ninguém e nem se esconde em placas de templos de falsa moral. Ela acontece em ligação direta, é esclarecedora e libertária, alivia e acalenta, tornando divino o sentir, harmonizando corpos sutis me fazendo vibrar em paz. Mora na certeza do todo, da completude e de minha pequenez diante do universo vasto de riquezas e eternidade, do qual faço parte, pequeno, mas com a missão de doar, mais que acumular o que não me pertence.
Minhas posições, a cada ano se aprimoram dentro da vontade de fazer valer o direito primordial do ser humano, liberdade. Tudo o que prende e domina, não provém de boas fontes e portanto, não pode gerar água doce.
Minha fé e esperança, é a de que o homem um dia devolva a quem pertence tudo o que roubou, mesmo que isso ocorra em outras dimensões, e de que a humanidade encontre uma forma de reparar o dano que causou a povos extintos e a outros em via de extinção (compreenda aqui todas as formas de vida, tudo que se extingue), é a de que a humanidade consiga entender de forma definitiva que a luta por dominar os territórios alheios, (entenda-se por territórios também o indivíduo e sua intelectualidade) terá um alto custo e que nunca se conseguirá sanar esta dívida, não sem danos irreversíveis e que a morte não fecha essa conta.
Se conseguir não me criticar por isso, terá dado o primeiro passo.
Casciano Lopes.
6.7.13
Depois dos quarenta
Depois de uns 40, a gente muda...
40 tapas, negativas, rasteiras,
Casciano Lopes.
40 tapas, negativas, rasteiras,
promessas falsas, palavras vazias,
encontros furados, mentiras,
iniciativas hipócritas, olhares falsos,
abraços frágeis, exclusões,
abraços frágeis, exclusões,
conte comigo 'de mentirinha',
olhares reprovadores,
manifestações de interesse pessoal
em apertos de mãos desconhecidos...
40 anos depois (com quase 3 de atraso).
Ao se aproximar agora, cuidado!
40 anos depois (com quase 3 de atraso).
Ao se aproximar agora, cuidado!
Leia a placa em minha porta
aquela frase:
"Estou mudando algumas certezas de lugar".
aquela frase:
"Estou mudando algumas certezas de lugar".
Casciano Lopes.
Tempestade
Meus olhos carregam um estradão
comboios, carros de boi, poeirão
tem verde, mato e plantação.
São feitos de estima, pasto, roça
trios, trilhos e trechos de palhoça
peão e burro puxando carroça.
Moram mundos por ocasião
Cortam rios, brejos, choro em poça
Na tempestade de minha visão.
Casciano Lopes.
comboios, carros de boi, poeirão
tem verde, mato e plantação.
São feitos de estima, pasto, roça
trios, trilhos e trechos de palhoça
peão e burro puxando carroça.
Moram mundos por ocasião
Cortam rios, brejos, choro em poça
Na tempestade de minha visão.
Casciano Lopes.
24.6.13
O lado de dentro
Os arranhões sentidos só
Marcas nas paredes internas
Onde o conserto é viagem
E o remendo incerto
Onde a tinta é cara
E a espátula dói.
Casciano Lopes
Marcas nas paredes internas
Onde o conserto é viagem
E o remendo incerto
Onde a tinta é cara
E a espátula dói.
Casciano Lopes
Marias
As marias nasceram especiais
Trazem consigo as manias de Marias
Todas ardem em intensidade... Marias!
Febris e tocantes Marias
Mães da história, da humanidade, as Marias...
Piedosas, sábias e encantadoras Marias
Somam-se às santas, via de regra o são!
Devotas, honrosas e delicadas Marias
Marias divas, deusas, umas flores de Marias
Algumas 'Das Dores'... Viram Dorinhas...
Assim como a minha, uma amada Maria.
Ah! As Marias...
Que juntas verbalizam o amor
Textualizam a vida
E que quando querem
Sobem ao palco.
Está lá uma Maria...
Bethânia.
Casciano Lopes
Trazem consigo as manias de Marias
Todas ardem em intensidade... Marias!
Febris e tocantes Marias
Mães da história, da humanidade, as Marias...
Piedosas, sábias e encantadoras Marias
Somam-se às santas, via de regra o são!
Devotas, honrosas e delicadas Marias
Marias divas, deusas, umas flores de Marias
Algumas 'Das Dores'... Viram Dorinhas...
Assim como a minha, uma amada Maria.
Ah! As Marias...
Que juntas verbalizam o amor
Textualizam a vida
E que quando querem
Sobem ao palco.
Está lá uma Maria...
Bethânia.
Casciano Lopes
Quanto custa?
Se o dinheiro ainda atormenta
E o custeio ainda faz custar teu sorriso
Peço que não alimente a estatística
Dos que morreram antes da morte.
Casciano Lopes
E o custeio ainda faz custar teu sorriso
Peço que não alimente a estatística
Dos que morreram antes da morte.
Casciano Lopes
Não esconda
Os que temem os segredos das pedras
Ainda não estão preparados para morar em castelos.
Casciano Lopes
Ainda não estão preparados para morar em castelos.
Casciano Lopes
Não alimente
O que divide a derrota e a conquista
Não são os crocodilos do fosso
E sim os que alimentamos dentro do peito.
Casciano Lopes
Não são os crocodilos do fosso
E sim os que alimentamos dentro do peito.
Casciano Lopes
A escada e a mulher com seu vestido longo
Subiu como quem flutuava os degraus do céu
E o seu longo debruçou-se na terra a espera de visto.
Casciano Lopes
E o seu longo debruçou-se na terra a espera de visto.
Casciano Lopes
Ser livre?
As vezes nos perguntamos sobre o livre arbítrio...
O que não buscamos entender é que, ele não se aplica a tudo, o livre arbítrio é mais exceção que regra. Muitas vezes temos que fazer algo, o tal livre arbítrio só nos permite decidir como.
Sim, fazemos escolhas ao longo da vida, mas as essências nascem conosco, trazemos na bagagem aprendizados e missões, só nos resta cumpri-las com determinação e clareza.
O segredo é não esconder-se, não envergonhar-se da natureza particular, essa indiscutível e inerente essência particular.
O amanhã depende única e exclusivamente de como vestimos este Ser, este que trazemos para evolução, este que tem suas vocações e aptidões, que devem ser aprimoradas e que precisa entre outras façanhas, contribuir com seu meio, mais doando que ajuntando.
Casciano Lopes
Perdoar-se
Enquanto o homem não entender
Que precisa se perdoar primeiro
Para liberar perdão aos demais
Ficará muito difícil a convivência
Inclusive consigo mesmo.
Casciano Lopes
Voluntário
A doação consiste na crença
De que todos somos um
Por isso é natural e gratuita
Caso contrário
Quando se espera troca
Não é doação
É investimento.
Casciano Lopes
De que todos somos um
Por isso é natural e gratuita
Caso contrário
Quando se espera troca
Não é doação
É investimento.
Casciano Lopes
Quando o ato não concorda
Concessão é um perigo...
Seja qual for
Da 'telelixão' ao aperto de mãos
O desastre estará à espreita.
Casciano Lopes
Seja qual for
Da 'telelixão' ao aperto de mãos
O desastre estará à espreita.
Casciano Lopes
Ss
Dizem que a saudade não tem plural
O que posso dizer se a sinto em [s's]?
Se corre em minhas teias
Caixas com seus cadeados
Feridas com seus esparadrapos
Malas nunca despachadas
E um coletivo de memórias?
Minhas saudades...
Não é singular, eu juro!
Casciano Lopes
O que posso dizer se a sinto em [s's]?
Se corre em minhas teias
Caixas com seus cadeados
Feridas com seus esparadrapos
Malas nunca despachadas
E um coletivo de memórias?
Minhas saudades...
Não é singular, eu juro!
Casciano Lopes
18.4.13
Demais
Vontade de comer um mundo
De experimentar outros sabores
Que por tão distantes e diferentes
As vezes parece tão perto daqui
Sentir na saliva o aguçar das papilas
Ter na garganta o que vem sem partida
E ler na cartilha o que não vem escrito
Viver é assim, uma ânsia de mais...
Casciano Lopes
De experimentar outros sabores
Que por tão distantes e diferentes
As vezes parece tão perto daqui
Sentir na saliva o aguçar das papilas
Ter na garganta o que vem sem partida
E ler na cartilha o que não vem escrito
Viver é assim, uma ânsia de mais...
Casciano Lopes
O homem em ação
Concreto que edifica
Com ferro ergue-se do chão
Manobrando no ar suas formas
Solidificando sua massa para existir
Deixa-se amassar
Mistura-se aos pés
Às pedras se junta
Abandona o início
Ultrapassa estágios
Molda-se nas caixas
Espremido levanta-se
Ajeita-se nos vãos
Sai da embalagem
Mostra sua cor
De tempos em tempos
Pinta-se de outras faces
Deixa-se trabalhar
É passivo da ação
Do homem e do tempo
Resiste...
Só tomba para ceder gentilmente
À ira descabida ou à necessidade florida.
O homem deve ser concreto
Muito de construção
Sem medo do tempo.
Casciano Lopes
Com ferro ergue-se do chão
Manobrando no ar suas formas
Solidificando sua massa para existir
Deixa-se amassar
Mistura-se aos pés
Às pedras se junta
Abandona o início
Ultrapassa estágios
Molda-se nas caixas
Espremido levanta-se
Ajeita-se nos vãos
Sai da embalagem
Mostra sua cor
De tempos em tempos
Pinta-se de outras faces
Deixa-se trabalhar
É passivo da ação
Do homem e do tempo
Resiste...
Só tomba para ceder gentilmente
À ira descabida ou à necessidade florida.
O homem deve ser concreto
Muito de construção
Sem medo do tempo.
Casciano Lopes
Lutar para adivinhar seu tempo
O poeta incomoda a realidade crua
De mente nua busca distante a lua.
E a noite que a tudo via
Esconde-se do dia
Que o amor escondia.
Quando a seu lado canta o pio
De pronto cifra em um assobio.
Então, o sono que em queda adormeceu
Já faz planos de conhecer o que é seu.
Casciano Lopes
De mente nua busca distante a lua.
E a noite que a tudo via
Esconde-se do dia
Que o amor escondia.
Quando a seu lado canta o pio
De pronto cifra em um assobio.
Então, o sono que em queda adormeceu
Já faz planos de conhecer o que é seu.
Casciano Lopes
Saindo da casca
A sede de dizer os que os olhos ainda não aprenderam
Dá palavras à bandeja da mesa com suas bebidas baratas
Faz copos empobrecidos acenarem frases de ordem
E as canecas em desordem gritarem suas ideias.
Casciano Lopes
Dá palavras à bandeja da mesa com suas bebidas baratas
Faz copos empobrecidos acenarem frases de ordem
E as canecas em desordem gritarem suas ideias.
Casciano Lopes
Reaja
Enquanto cavas vizinho à praia
Te molha as ondas
Quando fundo cavares
Te enterras só, encharcado.
O mar continua lá
E eu cá...
O vejo soprando sal no sucumbido
Enquanto respinga os banhistas
E diverte os nus.
Se te enterras
Continuo como o mar
Calmo ou revolto
Apesar do que submerge.
Casciano Lopes
Te molha as ondas
Quando fundo cavares
Te enterras só, encharcado.
O mar continua lá
E eu cá...
O vejo soprando sal no sucumbido
Enquanto respinga os banhistas
E diverte os nus.
Se te enterras
Continuo como o mar
Calmo ou revolto
Apesar do que submerge.
Casciano Lopes
Posição vertical
A natureza da ferida é a de ferir
Fazendo desperta a dor que se põe em desatino
É inerente à cicatriz a tendência de se abrir
Buscando jeito de fazer do homem um peregrino.
Sob ou sobre o véu da luz
Não hei de me deitar na cruz.
Casciano Lopes.
Fazendo desperta a dor que se põe em desatino
É inerente à cicatriz a tendência de se abrir
Buscando jeito de fazer do homem um peregrino.
Sob ou sobre o véu da luz
Não hei de me deitar na cruz.
Casciano Lopes.
Supondo a vida
E se um dia eu não estiver mais aqui,
quero que saibam todos
que o amor foi desmedido
e a liberdade quase atingida.
Porque assim os que ficarem,
continuarão a tentar...
Medir amor em busca de liberdade.
Em algum lugar, talvez,
eu ainda esteja por perto.
Casciano Lopes
quero que saibam todos
que o amor foi desmedido
e a liberdade quase atingida.
Porque assim os que ficarem,
continuarão a tentar...
Medir amor em busca de liberdade.
Em algum lugar, talvez,
eu ainda esteja por perto.
Casciano Lopes
10.4.13
Galo da seca
Eu, que de pena emagreci
Onde avisto é só braseiro
Lembro o milho que perdi
Me tiraram até o poleiro
No canto soluçado entristeci
Vivo pensativo no terreiro
Quem não morreu eu vi partir
Levando cru meu companheiro
E na recusa não quis fugir
Fiquei foi por um derradeiro
Em ninho já cheguei dormir
Hoje graveto me faz obreiro
Sem pó, pó, pó, pó, pra me bulir
Me fiz poeta,
Dos galos sou o primeiro.
Casciano Lopes
Onde avisto é só braseiro
Lembro o milho que perdi
Me tiraram até o poleiro
No canto soluçado entristeci
Vivo pensativo no terreiro
Quem não morreu eu vi partir
Levando cru meu companheiro
E na recusa não quis fugir
Fiquei foi por um derradeiro
Em ninho já cheguei dormir
Hoje graveto me faz obreiro
Sem pó, pó, pó, pó, pra me bulir
Me fiz poeta,
Dos galos sou o primeiro.
Casciano Lopes
27.3.13
20.3.13
Ideal
Que haja coerência na exibição dos resultados.
Quebre protocolos...
Despedace se for necessário, toda norma que te ameace.
Ordene desapropriações das sementes que não tenha plantado,
Se tudo isso... representar uma existência livre de homem solo.
Que o pensamento, jamais aflija a ação,
Mas que esta, reflita as partituras das ideias.
Casciano Lopes
Quebre protocolos...
Despedace se for necessário, toda norma que te ameace.
Ordene desapropriações das sementes que não tenha plantado,
Se tudo isso... representar uma existência livre de homem solo.
Que o pensamento, jamais aflija a ação,
Mas que esta, reflita as partituras das ideias.
Casciano Lopes
Microscópicos
As vezes perdemos a medida de ser,
De ser pequeno, porque o mundo é grande,
De ser só grão, porque a praia é extensa,
De ser só fio, porque as teias são infindas,
As vezes perdemos...
Os raios, trovões, rastros estelares e tanto mundo!
Nos fazem miúdos, nos consomem em insignificância,
Nos dissolvem em medo, em seguida em perplexidade,
Nos enchem de certezas, nos tiram as dúvidas,
Outras vezes, o contrário...
Os acasos se postam,
E nos dizem que somos meros casos,
Poeira que soprada esvai-se e... cosmos, galáxias,
Dizem que não há acasos, mas se houver...
Que deixem rastros.
Casciano Lopes
De ser pequeno, porque o mundo é grande,
De ser só grão, porque a praia é extensa,
De ser só fio, porque as teias são infindas,
As vezes perdemos...
Os raios, trovões, rastros estelares e tanto mundo!
Nos fazem miúdos, nos consomem em insignificância,
Nos dissolvem em medo, em seguida em perplexidade,
Nos enchem de certezas, nos tiram as dúvidas,
Outras vezes, o contrário...
Os acasos se postam,
E nos dizem que somos meros casos,
Poeira que soprada esvai-se e... cosmos, galáxias,
Dizem que não há acasos, mas se houver...
Que deixem rastros.
Casciano Lopes
19.3.13
Entrecasa
Acaso se perca...
O ocaso em frente,
O caso em varanda,
O vaso em botões,
Da casa parnaso
Em brasa te acena.
Casciano Lopes
17.3.13
O verbo e a partida
Quando o verbo [partir]
Parte em direção ao encontro
E inflexível faz uso do verbo despedir
Desperta uma cadeia verbal
Indefectíveis conjugações de um elo partido
Um imperfeito despartir
Do que até então era mais que perfeito.
Casciano Lopes
Parte em direção ao encontro
E inflexível faz uso do verbo despedir
Desperta uma cadeia verbal
Indefectíveis conjugações de um elo partido
Um imperfeito despartir
Do que até então era mais que perfeito.
Casciano Lopes
16.3.13
Transcontinental
Cobre com calma o que já perdeu seus tecidos
Atravessa em colo os que ficaram sem pontes
Entontece, funde-se à alma calada do ébrio
Confunde em emoção a fala distinta do sóbrio.
Viaja sem vistos e sem a vista de alcance
Ignora os oceanos quando não sabe nadar
Amante dos céus quando precisa dos ventos
Casa-se... e trai, romantiza, judia, voa e aterriza.
A poesia.
Casciano Lopes
14.3.13
Outra face
O fogo que não ardia, vinha da água que não bebia!
A tempestade que não fluía, vinha do vento que não uivava!
...Exclamou o sol enquanto a lua o encobria,
E o amor corria pelas estrelas feito veias.
O universo então sentou-se ao piano
E escreveu as galáxias.
Casciano Lopes
A tempestade que não fluía, vinha do vento que não uivava!
...Exclamou o sol enquanto a lua o encobria,
E o amor corria pelas estrelas feito veias.
O universo então sentou-se ao piano
E escreveu as galáxias.
Casciano Lopes
Flua
Sinto todas as cores tingindo sem pena a folha crua
Sinto todas as febres abrindo sem corte a pele nua
Sinto todas as cadentes riscando o céu, a noite e a lua
Sinto... as vezes sou estrada larga, outras, só pequena rua.
Casciano Lopes
Sinto todas as febres abrindo sem corte a pele nua
Sinto todas as cadentes riscando o céu, a noite e a lua
Sinto... as vezes sou estrada larga, outras, só pequena rua.
Casciano Lopes
Prece das cores
Que verdejem aqui, tanto quanto azulem ali
Que o envermelhar dos rubros daqui
Afaste o que acinzenta por lá.
Casciano Lopes
Que o envermelhar dos rubros daqui
Afaste o que acinzenta por lá.
Casciano Lopes
Livre-se!
Suscitando coragem, disse:
Não me vestirei de seus brios,
Apenas de minhas vontades.
E viveu livre.
Casciano Lopes
Mulheres - 8 de março
Que o hoje venha com todos os seus vermelhos,
O vermelho do parto,
Do pacto,
Do fogo,
Do amor incontido,
Do contido coração.
Do acolhido ser,
Do salto alto,
Do desfilar sensual.
Mulher...
Um ser vermelho,
Das altas temperaturas,
De Ser quente.
Casciano Lopes
O vermelho do parto,
Do pacto,
Do fogo,
Do amor incontido,
Do contido coração.
Do acolhido ser,
Do salto alto,
Do desfilar sensual.
Mulher...
Um ser vermelho,
Das altas temperaturas,
De Ser quente.
Casciano Lopes
Do Assaré
Este é o homem!
Um brasileiro de fazer gosto,
De honrar todo o peito quando este se veste das cores daqui.
Patativa... Patativa...
Ainda estás por aqui, por este chão cada vez mais miúdo
Por suas perdas, por sua perda,
O que ainda salva, são as palavras que ficaram por sobre a terra...
Tuas, cavando poços.
Casciano Lopes
Um brasileiro de fazer gosto,
De honrar todo o peito quando este se veste das cores daqui.
Patativa... Patativa...
Ainda estás por aqui, por este chão cada vez mais miúdo
Por suas perdas, por sua perda,
O que ainda salva, são as palavras que ficaram por sobre a terra...
Tuas, cavando poços.
Casciano Lopes
Carlinhos e Casciano
Benditos todos os que compreendem o nosso amor
Bem vindos todos os que compartilhem honestamente dele
Bem quistos todos os que respeitem o nosso ser único
As almas gêmeas...
A ligação dos tempos, dos templos
Dos corações e cheiros
Dos olhares entrelaçados por sobre jardins extensos
Que por extensos... intensos...
Cores... aquarela que pintamos em todas as vidas.
Adocicadas e amadeiradas sejam as misturas
Dos que vierem para interpretarem os dois como um só.
Casciano Lopes
Bem vindos todos os que compartilhem honestamente dele
Bem quistos todos os que respeitem o nosso ser único
As almas gêmeas...
A ligação dos tempos, dos templos
Dos corações e cheiros
Dos olhares entrelaçados por sobre jardins extensos
Que por extensos... intensos...
Cores... aquarela que pintamos em todas as vidas.
Adocicadas e amadeiradas sejam as misturas
Dos que vierem para interpretarem os dois como um só.
Casciano Lopes
Dia nacional da poesia - 14 de março
Um alfabeto diferente
Com letras cantantes
Onde vogais dançantes
Tirem consoantes para dançar...
É assim a poesia.
Casciano Lopes
Com letras cantantes
Onde vogais dançantes
Tirem consoantes para dançar...
É assim a poesia.
Casciano Lopes
20.2.13
Imaginação... essa tal moradia
Eu moro aqui junto das corujas
Que me ensinaram ver tudo com olhos grandes
Junto aos relógios dependurados e as adagas embainhadas
Junto do trem de ferro que só viaja na lembrança... aqui
Eu moro com uns pequenos de um mundo invisível...
Não pra mim.
As cirandas e as palmas, o rodar das saias, também vivem aqui
Se prenderam neste tempo de arame farpado uns bons modos
Que ainda teimam em resistir, mora tudo aqui
Um pouco de poesia, música, amigos imaginários
Um compadre de duendes e fadas
E um ninho habitado por estações ferroviárias
Mora tudo aqui, e eu...
Moro todo.
Casciano Lopes
Que me ensinaram ver tudo com olhos grandes
Junto aos relógios dependurados e as adagas embainhadas
Junto do trem de ferro que só viaja na lembrança... aqui
Eu moro com uns pequenos de um mundo invisível...
Não pra mim.
As cirandas e as palmas, o rodar das saias, também vivem aqui
Se prenderam neste tempo de arame farpado uns bons modos
Que ainda teimam em resistir, mora tudo aqui
Um pouco de poesia, música, amigos imaginários
Um compadre de duendes e fadas
E um ninho habitado por estações ferroviárias
Mora tudo aqui, e eu...
Moro todo.
Casciano Lopes
Passagem em tintas
Se o tempo passa...
Passam tanto os temores quanto os calores.
Fica a passagem carimbada...
Que fique também a tinta no carimbo
E que outros tempos
O descubram lendo.
Casciano Lopes
Passam tanto os temores quanto os calores.
Fica a passagem carimbada...
Que fique também a tinta no carimbo
E que outros tempos
O descubram lendo.
Casciano Lopes
Gente que brota
Gosto mais das árvores
Dos pássaros plantadores
Das sementes inocentes.
São raras, dão flores
Produzem sabores
Mais gente que gente.
Casciano Lopes
Dos pássaros plantadores
Das sementes inocentes.
São raras, dão flores
Produzem sabores
Mais gente que gente.
Casciano Lopes
Adiamento honrado
Não basta sentir
Tem que chorar
Não basta pedir
Tem que gostar
Tem que elaborar
Mas também agir
Tem que labutar
Mas também se ferir
A vida que basta
Que a morte afasta.
Casciano Lopes
Era tempo
Era um tempo sem pressa
Sem métrica e véu
Sem cordas e feiras
Era um tempo sem margem
Sem partida ou chegada
Sem fuga e corredeira
Era o vento na janela
Era a roça florida
O pão do forno de barro
O requeijão dos guardanapos
Um tempo de vagar
De vagalume, de lamparina
Devagar.
Casciano Lopes
Sem métrica e véu
Sem cordas e feiras
Era um tempo sem margem
Sem partida ou chegada
Sem fuga e corredeira
Era o vento na janela
Era a roça florida
O pão do forno de barro
O requeijão dos guardanapos
Um tempo de vagar
De vagalume, de lamparina
Devagar.
Casciano Lopes
Eu, tu, ele...
Sou feliz assim...
Acreditando sempre!
Demorando aprender... acho que para aprender direito.
Cultivando... ao menos tentando, todos os que vivem em mim
E são tantos! Porque somos o conjunto da obra
E ainda somos inacabados... Que demore o fim da construção.
Casciano Lopes
Acreditando sempre!
Demorando aprender... acho que para aprender direito.
Cultivando... ao menos tentando, todos os que vivem em mim
E são tantos! Porque somos o conjunto da obra
E ainda somos inacabados... Que demore o fim da construção.
Casciano Lopes
Pedra multi
A pedra bruta que rola em limo
Faz escada que leva ao cimo
Não raro, da vida arrimo.
Casciano Lopes
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