Quando o carteiro rasgou o portão lá de casa, empunhado de uma carta, tropeçou nos meus degraus e caiu por cima das linhas afiadas.
Eu, da janela riscada de ansiedade, saudade e pesaroso da queda tudo ao mesmo tempo, balbuciei um endereço pra descobrir o remetente e sem que o envelope respondesse um selo em sinal ao destinatário, achei que era grave.
Me apressei feito telegrama e abri a porta como quem tem pressa de escrever notícia: quando encontrei na varanda uma poça de letras vazando um homem curioso com um envelope rasgado na mão.
Casciano Lopes
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