Fui menino de benzedeira.
Tinha tardinha, que de banho tomado e de cabelinho penteado no trim, minha mãe me mandava na casa de Da. Cândida, rezadeira 'das boas'.
Lá ia eu, benzer pra desvirar o ventre, quebrar o quebrante ou quem sabe... Espantar a criança assustada.
Com sorte grande, quem sabe aparecesse os três diagnósticos no chumaço de ervas, me possibilitando alguns dias de idas mágicas na benzeção tomar água de carvão abençoada com meia dúzia de palavra da véinha, ditas tão cochichadas que até hoje, procura ouvir minha audição.
Ah, talvez fosse esse o segredo da cura... O cochicho da reza, como de quem falava com o carvão.
Talvez o mistério de hoje, more num fim de tarde, entre casinhas de madeira, de lenço na cabeça, sentado numa cadeira bamba e atendendo a porta de terço e arruda na mão.
Casciano Lopes
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