Da água do mar guardo a primeira vez, a sensação de que ainda não tinha vivido pra contar a vida, guardo.
Foi como um parto, parecia que nascia de mim aquele mundo de ondas.
Eu pari naquele dia com todos os ais e sais um ser líquido e que até hoje, vive em mim como acontece com os filhos que crescem e continuam cabendo no ventre de guardar a gente.
Por isso que quando me pego querendo envelhecer, corro pra lá, busco nas areias de avistar meu filho, a dor amada que me traduz num jovem parturiente e me dou à luz em mar.
Casciano Lopes
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário é muito bem vindo, após aprovação será publicado.