20.12.22

Num sopro

O vento passou correndo e viu minha porta aberta, fez a curva e voltou pra me avisar, não antes de soprar minhas toalhas jogando ao chão meus papéis.
Fui dele vendo só a brisa quando empurrei a porta ventada até fechar, e percebi que tinha alcançado êxito ao ver calar no chão todos os enfeites de minha cristaleira.
Lá adiante a chuva bateu no vento, que correu; voltou procurando minha casa pra se abrigar, mas encontrou a porta trancada. Não fosse assim, não só calaria no chão minhas experiências, como molharia minhas vocações expostas.

Casciano Lopes


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