20.12.22

Um recorte que precisa saber ficar

Poucos viram...
Quando as paredes precisaram me dar os braços;
Quando o chão me recebeu de corpo inteiro e quase me acalentou;
Quando o café não resistiu ao tsunami de minhas mãos e pulou da xícara;
Quando a caligrafia ficou envergonhada e escondeu sua beleza atrás de um rabisco;
Quase ninguém viu...
Nem meus olhos que se embebedaram, traindo as distâncias do que se via sem ser garrafa, muito menos bar; poupou a bruta fotografia do que a lente via e que não acreditando filtrava só o que queria crer mostrando o que muitos viram, inclusive eu... Só o que merecia.

Casciano Lopes


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu comentário é muito bem vindo, após aprovação será publicado.