Se fragilizou a estrutura de toda a construção de quem quis impor ao tempo a duração; se quebrou o andar daquele prédio que se pensava feito pra durar; se desmontou o relógio da praça que assistiu juras eternas, e a corrosão das horas comeu até as alianças feitas de promessas.
O tempo não admite contagem. Tempo é coisa que ama quem perde a conta, só pra ficar exibido mostrando maturidade, enquanto os passageiros dele pasmam na adivinhação e de suposição arriscam sua idade, como se algum dia ele tivesse nascido.
Casciano Lopes
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