Abraço e beijo o tal conhecido,
Mas me interroga a natureza.
Tão descabida se torna a franqueza,
Meu rosto sorri ante o povo que construí
Impeço em súplicas mais um momento,
E ele acontece, por cima de minhas vontades,
Como se rolasse em compressor a minha procura,
Me fazendo humor da tortura,
Arranhando a alma que pede fim ou recomeço.
Me agonia o bem fingido,
Fico mal com o não resolvido,
E o filme rola as cenas,
Aos de minhas poltronas gastas.
Me acordam os pesadelos da fama,
Machuca a ânsia de viver cada personagem,
E me sinto dirigido pelo que desacredito,
Sou câmera e volante do destino pastelão,
Sou o peixe engasgado do anzol,
Da linha o cerol,
Da pipa cortada o voo cego plainando,
Sobre árvores desconhecidas,
Se nelas me enrosco, morro só...
Se a deriva vou no vento, morro fisgado.
Casciano Lopes
Como dizia um outro poeta:
ResponderExcluir... Acordava sempre cedo,
Era um passarinho urbano.
Embarcava no metrô,
O nosso metropolitano.
Era um homem de bons modos:
"Com licença", "Foi engano".
Era feito aquela gente
Honesta, boa e comovida.
Que caminha para a morte,
Pensando em vencer na vida ....
(Toquinho)