16.8.22

Benta a vida

Que eu possa rezar toda vez
que um bebê segurar com força meu dedo indicador.
Que eu reverencie uma mulher como sagrada,
toda vez que ela trouxer à luz um bebê
que apertará a direção de outros indicadores.
Que eu me curve em silêncio
santo em cada sorriso puro:
das crianças, dos velhos murchos
ou daquele bebê crescido,
sem esquecer que eles também choram
e que com meu indicador
eu possa apontar a lágrima,
mas também abrigar o choro,
num gesto de altar,
porque a sacralidade
vive indicando o caminho
que vive em todos.

Casciano Lopes

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu comentário é muito bem vindo, após aprovação será publicado.