A saudade tem algo de profano;
desrespeita as madrugadas,
acende as luzes enquanto durmo,
pinta a rua de hoje
com as tintas do ano passado,
remove o calçamento da semana passada
só pra que eu caminhe pelo que já passou.
É pervertida,
arranca meu pijama de dormir
e me veste de carnavais,
me põe e me expõe no meio dos salões,
me inibe quando me converte num passista
e me coloca na frente do bloco dos homens nus...
Casciano Lopes
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