31.7.23

Não vergonha de mim

A vergonha sempre me foi algo que ardia, talvez por isso a evitei sempre que pude. Me pareceu e ainda parece um fogo que me consome, a vergonha que não quero em mim, de mim.
Sempre procurei a água corrente, límpida e fluida, refrescante nas boas práticas, melodiosa na cascata das palavras e cantada no silêncio da verdade que dispensa estrondos...
Preferi e ainda afasto a vergonha de mim, a cabeça precisa estar erguida e quando abaixa deve ser feito monjolo, que o faz com a força da água pra esmiuçar o grão com a clareza da que corre na sua roda e não com a estupidez do fogo que consome por vergonha com o pensamento e suas engrenagens.

Casciano Lopes


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