Tenho medos em mim que são só meus, ninguém poderá, por piedade ou dó, por um segundo se apropriar... Medos, em mim.
Eles são conversadores e insistentes, e dentro das lendas que eu crio pra sobreviver, eles sempre querem os personagens mais ilustres, brigam por eles inclusive; me arranham todo, judiam da minha aparência, me causando nojo, além da vergonha de mim... Medos.
Querem destaque e pra isso, me assombram, me esperam nas esquinas dos meus cômodos de morar, se jogam no meu pouco chão de andar e me espreitam nos espelhos dos elevadores...
Querem ser protagonistas do meu prédio e eu ainda conheço as escadas, a saída de emergência e o caminho do subsolo; não posso matar o que adoece os andares, mas posso evitar os subterrâneos onde esqueço meus inquisidores... Medos.
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