23.2.24

Verdade, faço questão

Sob que condições? A que preço e em que termos?
Ninguém quer saber, é bem mais fácil achar que o jardim brota do seu estado de flor ou coisa assim.
A meta sempre foi ser honesto com os outros e comigo mesmo, não fingir o que o espelho denunciaria. Nunca procurei a riqueza perene feito sabão em pedra, quis a brancura dos tecidos, esvoaçantes e sem vergonha alguma dos varais.
Quis não dever nada, quis plantar e, ao passear por canteiros, quis construir aromas como numa cozinha, sabores. Nunca pretendi roubar uma flor sem saber do seu caso de amor com o jardineiro e, por fim, quis a vida desprovida das regras e das grandes posses, quis pequeno no que me bastava e grande no que precisava dividir; amor por mim pra ter, pra ser o dono da imagem e do retrato ser mais que fotografia, ser história que valha a pena contar.

Casciano Lopes

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