Se dependuram no meu pescoço, me abraçam, me cheiram e abusam do meu estado frágil.
Puxam a cadeira, sentam à mesa, conversam com meus talheres, comentam os livros que leio e até me deixam em casa quando me querem por perto.
Bagunçam minhas aptidões pra liberdade, me sentenciam a estar só, me tornam econômico no sentimento dos abraços e me guardam só pra que eu pense ser possuído e possuidor...
Memórias... Póstumas e nem tanto, porque vivem em mim, dividindo quem eu penso ser, entre quem fui e quem nem sei se um dia serei, por causa delas, lembranças que moram comigo desde que se tornaram compulsórias.
Casciano Lopes
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