7.2.24

Ato e desato

Quando abracei, foi porque meus braços foram possíveis; quando contei histórias rindo delas, foi porque me fez cócegas a realidade; quando caminhei as ruas e me encaminhei pras campainhas, foi porque tinha nas malas mais notícias que incertezas.
Hoje que o chão foge de mim, que o monólogo me assombra quando esqueço o texto e que os braços mentem espaços entre eu e tudo que vi, me resguardo o direito de duvidar da dor, porque a certeza dela me mata mais depressa.

Casciano Lopes

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