8.2.24

Devias ver

O amor foi flagrado num banco de praça apanhando o chapéu que o vento levou de uma cabeça branquinha. Depois foi visto desembalando um pirulito grande demais pro tamanho do seu ansioso pretendente. Foi fotografado arrumando os cabelos de uma dona de mãos trêmulas. E sem querer foi percebido retocando o batom de uma vaidosa sem espelhos do viaduto.
O amor é coisa assim; conta dinheiro pra quem perdeu a visão até das cédulas, mas não a do reconhecimento dele... amor.
É notado parando o trânsito pra travessia da boa hora trazendo vida nova em momento de chegada... o amor.
O amor é um pouco isso; afasta a dor pra longe, não sobrando espaço pro descaso. ...E tudo vira parto, vida em estado de nascimento.

Casciano Lopes

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