30.7.10

Espero

Quando minha face busca a vista da janela
Busca no concreto o abstrato do meu ser
Procuro cinzas nos minutos andantes
E nos aviões soluço cada medo do passado
Busco o dirigível que conduz o sonho
Do próximo, do primeiro ao último minuto
Quando corro e escondo-me antes que a lágrima caia
Fujo do tédio de calar, da vontade de discordar
Pela febre de agigantar-me na concepção do agora
Dobro-me nos cantos feito brinquedo de desmonte
Por saber que ainda é cedo para levantar-me.
Espero as badaladas
Demoradas badaladas
Espero em cada minuto
Os sons de badaladas
Anunciando o eco
Vou gritar cada silêncio curtido.

Casciano Lopes

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