29.11.11

Sepulcro de infância

Preso o brinquedo empobrece
Sem criança ele entristece
Procura lágrima quando amanhece
Querendo colo que nunca se esquece.


Numa caixa da casa guardado
O brincante esquece rasgado
Junto com o menino amadurado
Convive um boneco largado.


Passado aquele contentamento
O motivo de presente e alento
Por descuido ou crescimento
Foi deixado sem música e movimento.


As cores um dia se desbotaram
Junto com lápis os porquês levaram
Pelo caminho a inocência deixaram
Julgadas porque a beleza afanaram.


Adulto crescido, despido ou vestido
Fica...
Sem criança o homem amortecido
Quando na caixa dorme esquecido
O brinquedo falecido.


Casciano Lopes

Um comentário:

  1. O brinquedo e o moleque brincador... com o poassar dos tempos, tornam-se um objeto esquecido e um adulto que já não brinca... Quando deveria sim, continuar sendo um brinquedo transformado e acarinhado pelas emoções do já homem, mas eterno brincante!

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